A Voz da Cura | Edição Especial de 1966 em Memória de William Branham


Edição Especial em Memória de William Branham


Caros Parceiros e Novos Amigos:

A notícia da morte do Rev. William Branham veio como um grande choque para todos nós que o amávamos. É uma questão de história que o seu ministério sob Deus liderou um reavivamento apostólico que varreu o mundo todo. Em nosso artigo “William Branham Como Eu O Conheci”, tentamos avaliar o seu ministério e seu impacto e responder a pergunta feita por muitos: por que ele teve que partir? Nós bem lembramos o que aconteceu logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Os grandes evangelistas, Dr. Charles S. Price, Aimée Semple McPherson, e Smith Wigglesworth, todos morreram dentro de um curto espaço de tempo. Muitas pessoas começaram a se perguntar se os dias de reavivamento haviam terminado. Na verdade, alguns pregavam que eles tinham acabado. Mas quase que simultaneamente com a sua passagem, Deus levantou William Branham e depois dele muitos outros para levar adiante uma nova onda de avivamento que atingiu quase todas as nações do mundo livre. A ordem de Deus para Josué com a morte de Moisés é nossa hoje:

Moisés, Meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como Eu disse a Moisés. (Josué 1:2-3).

Nós, que estivemos associados com William Branham durante os anos que entram em destaque temos fortes convicções de que chegou a hora de um novo movimento, um novo avivamento que vai colher os campos de grãos maduros. Também sinto que este será o último grande reavivamento antes da vinda de Cristo. É uma estranha coincidência que, com esta edição dedicada a William Branham, devemos estar prestes a fazer um dos anúncios mais importantes que nós já fizemos. Acreditamos que este passo que estamos prestes a tomar terá consequências de longo alcance. Compete às palavras de Cristo em Mateus 9:37- 38.

(…)

Seu parceiro,

 

 

Gordon Lindsay


GORDONWILLIAM BRANHAM COMO EU O CONHECI

Por Gordon Lindsay


No dia 18 de Dezembro de 1965, William Branham e sua família foram em direção a Jeffersonville, Indiana, para a época do Natal. Seu filho Billy Paul e o seu garoto mais jovem, José, foram dirigindo em outro carro mais a frente.

De repente Billy Paul viu a aproximação de um automóvel oscilando sobre a auto-estrada. Ele manobrou seu próprio carro e conseguiu escapar de ser batido pelo veículo. Após um momento ele olhou para trás, porém não pôde observar o carro de seu pai seguindo. Retornando ele viu a terrível tragédia que havia acontecido. O carro que oscilava dirigido por um motorista embriagado havia avançado até o carro em que a família Branham estava dirigindo. O velocímetro do carro de Branham estava travado em 65 milhas por hora. [Aproximadamente 104 km por hora – NT.] O carro que havia se aproximado estava vindo tão rápido, de modo que o impacto total foi o equivalente a um total de 130 milhas por hora. [Aproximadamente 210 km por hora – NT.]

Raramente alguém escapa a um impacto provocado nesta velocidade. Dois que estavam no carro que se aproximava foram mortos instantaneamente. O irmão Branham, arremessado através do pára-brisa, estava deitado metade para dentro e metade para fora, porém ainda mantinha a consciência e foi capaz de falar com Billy Paul. Ele, a irmã Branham, e sua filha Sara estavam gravemente feridos. Tempo considerável transcorreu antes que eles fossem removidos dos destroços e levados ao Northwest Texas Hospital em Amarillo. Exatamente poucos dias depois – na véspera de Natal – o irmão Branham faleceu.

GORDON1Atendemos o funeral em Jeffersonville, Indiana, no dia 29 de Dezembro de 1965. O Rev. e senhora T. L. Osborn, Rev. A. C. Valdez, Rev. Mattson-Boze, e eu mesmo fomos solicitados a sentar na plataforma. Ministros locais como Donald Ruddel, Willard Collins e Raymond Jackson trouxeram breves mensagens. A mensagem principal foi dada por Orman Neville, o pastor associado do Tabernáculo Branham.

O Rev. Neville leu algumas linhas tiradas do último culto do irmão Branham na Califórnia. Elas eram: “Você não está agradecido de Cristo ter as chaves para abrir a porta chamada morte? Ele me guiará além do rio. Algum dia eu devo chegar àquela porta. Eu estarei envolto nos mantos de justiça. Ele me chamará da morte. Ele tem prometido isto, e eu o creio”.

O Homem William Branham

Fui associado com William Branham como seu administrador por vários anos durante o tempo em que seu ministério encabeçou o grande avivamento de libertação que varreu ao redor do mundo. Eu, portanto, estou tomando a liberdade de fazer alguns poucos comentários sobre a vida de um homem que tem provocado tão grande impacto sobre o mundo.

Conhecer o irmão Branham era amá-lo. Sua natureza era terna e bondosa, e suas sensibilidades reagiam profundamente ao sofrimento e a dor dos outros. Tão grande foi sua compaixão pelo enfermo e aflito que ele às vezes permitiu sua própria saúde sofrer enquanto orava por longas horas por intermináveis filas de doentes. Por um momento ele carregou, como se assim fosse, o peso de um mundo sofrido sobre os seus frágeis ombros, até que finalmente Deus tornasse conhecido a ele de que sua responsabilidade deveria ser compartilhada por outros.

GORDON2Havia uma característica em seu ministério que fez dele intensamente amado pelas multidões que o ouviam – foi a sua simples humildade. No início dos seus dias ele nada havia conhecido senão os sofrimentos da pobreza, necessidades e tristezas esmagadoras, um homem que tinha até mesmo o pouco da vida tirada de sua posse. Como ele frequentemente contava a história, sua família era a mais pobre das pobres. Por um longo tempo ele foi incapaz de bancar o mais simples dos aparelhos domésticos convencionais. Uma vez ele perdeu uma confortável cadeira para uma companhia de finanças, não sendo capaz de manter os pagamentos. Para pagar as despesas ele trabalhava como um guarda florestal em Indiana, porém era generoso para impor multas, ainda que fosse sua única fonte de renda.

Quando dirigia as reuniões do irmão Branham, frequentemente incorríamos em problemas com aqueles que desejavam usar de sua grande influência para ajudar a propagar algumas doutrinas particulares. O irmão Branham tomou uma firme posição disto, e publicamos uma declaração de que nosso irmão não estava endossando esta ou aquela visão, mas que Deus o havia chamado para unir a igreja e não para dividi-la.

Aqueles que atenderam estas campanhas se recordarão de como o irmão Branham vinha para a plataforma e outra vez no espírito mais humilde contava para as pessoas que Deus o havia chamado como um profeta para ministrar às pessoas de todas as igrejas e não para discutir sobre doutrina. Seu grande chamado era para trazer a verdade do ministério sobrenatural para os corações das pessoas da nossa geração para que elas pudessem saber que Cristo realmente estava vivo. Eu nunca parava de me admirar com o enorme efeito que ele tinha sobre as pessoas de todos os estilos de vida. Multidões são cristãos hoje porque William Branham viveu.

No entanto, eu ficava surpreso pela persistência de alguns que insistiam em usar o nome de William Branham para promover algumas doutrinas particulares.

Porém aquilo não era o desejo do irmão Branham. Ao escrever uma introdução para o seu livro William Branham, Um Homem Enviado de Deus, publicado em 1951, o qual o irmão Branham cuidadosamente leu antes que ele fosse impresso, dissemos: “Quando chega às considerações de pontos doutrinais, isso é um assunto diferente. Ele não se considera um teólogo ou um árbitro de controvérsias teológicas. A despeito de sua enorme influência com a multidão de pessoas, ele não combina esta influência para pressionar lares para suas próprias visões sobre pontos doutrinários. Alguns sem autorização têm tentado usar o seu nome como um meio de promover suas próprias visões pessoais. Ele tem sido forçado a repudiar tais tentativas bondosa, porém firmemente. Sua missão é unir o povo de Deus, não dividi-los mais distante em controvérsias doutrinárias”.

Mas quando chegava a questão de seu próprio chamado não havia dúvida ou hesitação. Quando debaixo da unção de Deus, ele falava corajosamente, e quando eu testemunhava o dom isso era praticamente infalível. Nas várias centenas de vezes que eu o ouvi falar sob a unção, ele sem errar falava publicamente os segredos dos corações dos homens – coisas que ele não tinha meio possível de conhecer. A vida da pessoa era frequentemente mudada daquele momento em diante.

A Pergunta: Por quê?

É somente humano para as pessoas perguntarem por que Deus tiraria o irmão Branham neste tempo quando sua vida havia tido tão grande utilidade. Antes de respondermos isto, teríamos primeiro que explicar por que João Batista, “o maior homem nascido de mulher” do seu dia foi decepado com trinta anos de idade. Jesus estava no auge de seu ministério naquele tempo, porém Ele não moveu um dedo Seu para salvar a vida de João. Esta aparente negligência de fato inspirou uma dúvida na mente de João se Jesus era realmente o Cristo (Mateus 11:3).

GORDON3Estevão era um homem jovem, poderosamente ungido de Deus, a quem o Senhor o abençoara com grandes milagres, sinais e maravilhas. Ele também foi extirpado no princípio de seu ministério.

Tiago, o irmão de João, um dos apóstolos, deu sua vida pela causa quando ele poderia ter sido uma grande bênção na pregação do evangelho do Senhor Jesus Cristo por muitos anos.

O próprio Jesus terminou Seu ministério terreno aos 33 anos de idade, ao invés dos 70 que geralmente era dado ao homem.

José, o marido de Maria, a mãe de Jesus, aparentemente morreu quando Jesus estava em casa. Ele não aparece em lugar nenhum na narrativa do evangelho após Jesus iniciar Seu ministério. De fato quando na cruz, Jesus pediu ao seu discípulo João para tomar conta de Sua mãe, o qual dificilmente teria feito se José ainda estivesse vivo.

Não há falta de provas de que Deus por Suas próprias razões tira alguns de Seus santos escolhidos da terra enquanto eles estão no princípio da vida. Tal foi o caso de Elias. O período de seu ministério sobreviveu por cerca de 14 anos. Não existe qualquer indicação de que ele fosse um homem velho. Sua vida foi marcada por uma série de milagres tais como nunca fora conhecido antes em Israel desde os dias de Moisés. Durante a última parte de seu ministério isso brilhou em seu brilho mais intenso. Todavia Elias foi subitamente tirado da terra.

A morte ou julgamento de alguns grandes santos tem frequentemente tido o peculiar resultado de comover aqueles que têm sido deixados para trás. Quando Paulo foi posto na prisão, ao invés dos outros ministros serem desencorajados de seguirem em frente, isso teve o efeito de torná-los mais determinados do que nunca para o labor por Cristo (Fil 1:14).

Depois também, Deus pode ver que o ministério de um homem especial tem alcançado sua realização e de que é tempo para levá-lo para o lar. Moisés queria conduzir Israel até o Jordão, e parecia depois que Israel necessitava dele mais do que em qualquer outro tempo, porém Deus reservou este ministério de conduzir o povo além do Jordão por outro – Josué.

Uma coisa parece estar clara. Deus toma alguns dos Seus excelentes líderes fora do caminho para que outros que Ele tem especialmente ungido sejam incentivados a sair na fé. Os discípulos de João Batista estavam muito irados visto que Jesus estava conseguindo uma audiência maior e mais convertidos do que João (João 3:26; 4:1). Até que Elias fosse tirado, seu grande sucessor Eliseu não era mais do que o “filho de Safate que derramava água nas mãos de Elias” (II Reis 3:11). Tiago, um dos três principais apóstolos teve que morrer uma morte violenta antes que as pessoas começassem realmente a orar pelos apóstolos. Aparentemente as orações sem cessar da igreja salvaram Pedro de um destino similar (Atos 12). Até então eles pensavam de Pedro como o homem a ser chamado quando eles desejassem que uma pessoa morta ressuscitasse ou um homem cuja sombra curasse o doente, ao invés de um homem que necessitasse de oração (Atos 5:19; 9:36-43). Tudo isso era verdade, porém Pedro precisava das orações das pessoas mais do que alguma vez antes. Atos 14:8-18 mostra algumas coisas que homens os quais são grandemente ungidos de Deus tem que seguir do começo ao fim.

Não cremos que a morte das pessoas de Deus está na misericórdia dos elementos, porém se eles colocarem suas almas nas mãos de Deus em fé, Deus os conservará todos os dias de sua vida na terra e quando aquele tempo é chegado os levará para casa para glória.

“Tu me guias com teu conselho, e depois me recebe na glória. Quem tenho eu no céu senão a ti? E não há nada sobre a terra que eu deseje além de ti” (Salmo 73:24-25).

Uma coisa pode ser dita com certeza. Poucos homens no tempo em que aquinhoou para o seu ministério têm realizado tanto quanto nosso irmão Branham. O testemunho do escritor é que seu ministério tem poderosamente afetado sua própria vida. Ele considerou uma grande honra ter sido associado com William Branham durante os anos em que eles trabalharam juntos.


Anotações do Ministério de William Branham

Por Gordon Lindsay

Durante quatro anos, o editor de A Voz da Cura trabalhou com William Branham, e os resultados desses quatro anos falam por si. Muitos foram inspirados a lançar-se no ministério da fé, e um avivamento foi encabeçado que abalou as nações. Foi, portanto, um grande choque quando soubemos do falecimento de nosso irmão na véspera do Natal de 1965. Em memória deste homem que foi tão extraordinariamente usado por Deus, estamos incluindo alguns trechos do nosso livro A História de Gordon Lindsay. O primeiro fala sobre a vinda do anjo em seu quarto, que lançou William Branham em seu grande ministério. Aqui está a história contada por seus próprios lábios:

Eu devo lhes dizer do anjo e da vinda do Dom. Eu nunca esquecerei a ocasião de 7 de maio de 1946, uma estação do ano muito linda em Indiana, aonde eu ainda estava trabalhando como guarda-caça. Eu tinha vindo para o almoço, e eu estava somente andando em volta de casa tirando o meu revólver, quando um amigo meu muito querido, Prod Wiseman, um irmão que tocava piano na igreja, se aproximou de mim e me pediu para ir até Madison com ele naquela tarde. Eu lhe disse que era impossível porque eu tinha que patrulhar, e enquanto estava andando em volta da casa sob uma árvore de bordo, pareceu que todo o topo da árvore agitou-se. Pareceu que algo desceu através daquela árvore como um grande vento impetuoso… Eu fiquei abalado… correram até mim… a minha esposa veio de casa, assustada, e me perguntou o que estava errado. Tentando me manter calmo, eu me assentei e lhe disse que depois de todos esses vinte anos estranhos sendo perseguido por este estranho sentimento, tinha chegado o momento em que tive de descobrir o que estava acontecendo. A crise havia chegado! Disse adeus a ela e meu filho e lhe avisei que se eu não voltasse em poucos dias, talvez eu pudesse nunca mais voltar.

Naquela tarde, eu fui embora para um lugar secreto para orar e ler a Bíblia; fiquei em profunda oração; parecia que toda a minha alma se separaria de mim. Eu chorei diante de Deus… Coloquei a minha face no chão. Olhei para Deus e clamei: “Se Tu me perdoares pela maneira que eu tenho agido, eu tentarei agir melhor… Sinto muito que eu tenha sido tão negligente por todos estes anos ao fazer a obra que Tu querias que eu fizesse… Falarás comigo de alguma forma, Deus? Se Tu não me ajudares, eu não posso ir em frente”.

Então, ao longo da noite, por volta das onze horas, eu mal parei de orar e estava sentado quando notei uma luz piscando na sala. Pensando que alguém estava vindo com uma lanterna eu olhei para fora da janela, mas não havia ninguém, e quando eu olhei para trás, a luz foi se espalhando no chão, tornando-se mais ampla. Agora, sei que isso parece muito estranho para você, como foi para mim também. Quando a luz estava se espalhando, certamente que eu fiquei agitado e comecei a me levantar da cadeira, mas quando olhei para cima, pendia aquela grande estrela. No entanto, ela não tinha cinco pontas como uma estrela, mas mais parecia uma bola de fogo ou uma luz brilhando no chão. Só então eu ouvi alguém caminhando no chão, o que me assustou mais uma vez, já que eu não sabia de ninguém que estivesse vindo ali além de mim mesmo. Agora, através da luz, eu vi os pés de um homem vindo em minha direção, tão naturalmente quanto você viria até a mim. Ele parecia ser um homem que, em peso humano, pesaria cerca de noventa quilos, vestido com uma túnica branca. Ele tinha um rosto liso, sem barba, cabelo escuro até os ombros, de tez bastante escura, com um semblante muito agradável, e aproximando-se, os seus olhos se encontraram com os meus. Vendo como eu estava com medo, ele começou a falar. “Não temas. Sou enviado da presença do Deus Todo-Poderoso para dizer-lhe que a sua vida peculiar e suas maneiras não compreendidas têm acontecido para indicar que Deus enviou-lhe para levar um dom de cura divina para os povos do mundo. Se você crer e for sincero, e conseguir levar as pessoas a acreditar em você, nada ficará diante de sua oração, nem mesmo o câncer”.

Desnecessário será dizer que eu comecei a orar pelas pessoas enfermas. Eu não tenho a pretensão de tomar o lugar de um médico… Eu sei que os médicos são capazes de ajudar a natureza, mas eles são apenas homens… Deus é o Todo-Poderoso. As grandes coisas que ocorreram durante estes meses são muito numerosas para alguma vez serem registradas, mas Deus confirmou as palavras do anjo vez após vez. Surdos, mudos, cegos, todas as formas de doenças foram curadas, e milhares de testemunhos estão registradas até o momento. Eu não tenho qualquer poder por mim mesmo para fazer isso… Eu sou um ser humano indefeso até que eu sinta Sua presença. Muitas pessoas que participaram desses encontros sabem que suas doenças e pecados foram falados a eles da plataforma. Por favor, não interpretem mal a minha maneira pobre e analfabeta de tentar transmitir tudo isso para você. Eu digo que você pode ter uma compreensão mais clara de como tirar proveito do dom de Deus. Ele disse para eu ser sincero e levar as pessoas a crer, e isso é o que estou tentando fazer. Deus sempre tem algo ou alguém com quem trabalhar, e eu sou apenas um instrumento usado por Ele. Nenhum mortal pode tomar o crédito pela realização de um milagre, e eu sou apenas um mortal. Eu não sei por quanto tempo Deus me permitirá fazer isso, mas por Sua graça, tenho a intenção de servi-Lo o melhor que eu sei como servir o Seu povo, enquanto Ele me permite viver.

É interessante observar as reações das pessoas que ouviram o irmão Branham contar a história naquela primeira noite em que eu a ouvi em Sacramento. O povo, como um todo, recebeu sua mensagem com grande interesse. Mas um ministro cético destacou que a sua pretensão de ter visto um anjo era um sinal claro de que o homem estava sob uma alucinação! É estranho, de fato, que temos nos afastado tanto do ministério apostólico. Maria, a mãe de Jesus, viu um anjo. Os discípulos de Cristo foram visitados por anjos. Pedro foi libertado da prisão por um anjo.

Nossa primeira reunião nos estados com o irmão Branham foi em 1947, no Auditório Municipal, em Portland, Oregon. No terceiro dia, um evento ocorreu de natureza dramática que mostrou ao povo o poder da fé. Aqui estão as palavras reais que eu escrevi sobre esse evento:

Os cultos das duas primeiras noites despertaram enorme interesse, e agora na terceira noite o edifício estava cheio de pessoas à espera novamente do orador aparecer. O escritor, que estava dirigindo esta breve campanha na preparação para unir o culto ao evangelista, pediu ao povo para se colocarem de pé e cantar o refrão “Somente crer, somente crer, tudo é possível, somente crer”. Enquanto a congregação cantava, um ligeiro e pequeno homem com uma atitude modesta e um sorriso amigável entrou, em seguida, veio árido e ficou atrás do púlpito. Os cânticos cessaram, e um silêncio caiu sobre o público enquanto ouviam atentamente quando ele começou a falar. Enquanto ele prosseguia, era evidente que os ouvintes ficaram impressionados com a graciosidade do orador, bem como a sua evidente sinceridade e humildade. O evangelista tomando o pensamento ou a fé inspirada no refrão que tinha sido cantado, começou o tema da mensagem. “Sim”, disse ele, “tudo é possível ao que crê. Não há nada que possa permanecer diante da fé em Deus, e se as pessoas aqui esta noite crerem em Deus comigo, veremos que Deus honrará essa fé e a confirmará diante dos olhos de toda esta congregação”.

Entrada do Auditório Municipal, em Portland, Oregon

Enquanto o público ouvia com muita atenção à pequena figura sobre a plataforma, ninguém antecipava o surpreendente drama que estava prestes a se desenrolar. Certamente que eu não tinha a intuição, e a interrupção que estava prestes a ocorrer não poderia ter sido mais indesejável. Pois de repente a nossa atenção foi dirigida a um homem distante nos fundos do edifício, que estava a passos rápidos, aparentemente em direção à plataforma. A princípio nós suspeitávamos que alguma emergência havia surgido; talvez alguém tivesse desmaiado ou levado seriamente doente ao auditório. Mas quando ele se aproximou, observou-se com não pouco medo de que o seu rosto sustentava um sorriso demoníaco, como a sugerir que o homem era demente ou violentamente insano e, aparentemente, havia escapado daqueles que o tinham sob seus cuidados. Estávamos a aprender mais tarde o que de fato teria sido ainda mais perturbador se tivéssemos sabido disso naquela ocasião, de que o homem não era louco, e que ele não sabia o que estava fazendo, mas era um personagem famoso e cruel que havia incorrido anteriormente em um conflito com a lei por perturbar e interromper cultos religiosos. Penas de prisão não lhe ensinaram uma lição, e agora vendo sua oportunidade de causar uma grande comoção e novamente interromper um culto, tinha vindo ele à frente para esse propósito.

Até os degraus ele caminhou sem parar. Agora ele estava na plataforma assumindo uma atitude ameaçadora que a essa altura estava atraindo a atenção de toda a congregação. Dois policiais robustos em pé nos bastidores, tornando-se conscientes da distração, estavam prestes em vir para frente e por as mãos sobre o perturbador, mas podemos ver que isso resultaria em uma briga e a excitação criada poderia arruinar o culto. Além disso, o evangelista tinha aparentemente se colocado em uma posição difícil, pois havia acabado de declarar que tudo era possível ao que crê e que Deus sempre ajudaria os Seus servos que pusessem Nele a sua confiança. Na verdade, a reunião tinha alcançado um alto estado de expectativa, que a confiança nos agentes da lei, embora, talvez, inteiramente justificável no presente caso, não parecia ser a ordem divina. Nós não sabíamos nada mais o que fazer, mas apressadamente os policiais acenaram para trás e chamaram a atenção para o evangelista, quanto ao que estava acontecendo. Mas ele próprio já estava consciente de que algo estava errado. Falando baixinho para o público e solicitando para que as pessoas se unissem a ele em silenciosa oração, virou-se para conhecer o estranho desafio deste antagonista do mal.

Ao fazê-lo, o homem com o brilho diabólico em seu rosto, que lembrava a um dos sorrisos hediondos que os pagãos gravam nos laços de seus ídolos, começou a acusar e amaldiçoar o orador descaradamente. “Você é do diabo, e engana as pessoas”, ele gritou, “um impostor, um traiçoeiro, uma farsa, e eu vou mostrar a essas pessoas que você é”. Isso foi um desafio ousado, e cada um naquela audiência podia ver que não era uma ameaça vã. À medida que o intruso continuava a insultar o evangelista, assobiar e cuspir, ele fez o movimento para levar a cabo suas ameaças. Para o público isso parecia ser um momento de arte diabólica para a pequena figura na plataforma, e a maioria deles deve ter se sentido muito triste por ele. Os policiais tentaram novamente vir em seu auxílio, mas foram afastados, e agora ao rejeitar a sua assistência, o orador havia deliberadamente aceitado o desafio deste antagonista perverso, cujo tamanho e ferocidade havia convencido o público de que ele era capaz de realizar suas ostentações. Sem dúvida, os críticos que haviam se dirigido para o auditório por curiosidade esperam uma conclusão rápida e lamentável para o inesperado drama que agora estava chegando a um clímax. Certamente que eles puderam ver que não havia espaço para trapaças. O homem na plataforma teria que ter as vantagens ou do contrário assumir as consequências.

No momento de suspense que se seguiu, não podia deixar de ser lembrado da história do desafio de há muito tempo, quando o destemido Golias amaldiçoou o pequeno Davi em nome de seus deuses e vangloriou-se de que ele iria rasgá- lo membro a membro. A congregação assustada, como as hostes de Israel deve ter ficado no seu dia, olhava para a cena com espanto e excitação, sem saber o que esperar em seguida, mas temendo o pior. A reunião de ministros na plataforma analisou a situação com não pouca consternação, sabendo que, se Deus não fizesse uma coisa muito incomum e ajudasse o orador de uma maneira sobrenatural, o intruso maligno que tinha com sucesso interrompido cultos religiosos no passado, agora o faria novamente. Alguns estavam muito perturbados de que os policiais não tivessem recebido permissão para assumir o comando da situação e acreditavam que este erro de julgamento permitiria que este homem possuído pelo demônio, não só arruinaria a reunião e, assim, trazer opróbrio sobre a causa de Cristo, mas também poderia realmente resultar em danos físicos para o orador.

Segundos se passaram, no entanto, sem o clímax esperado acontecer. Neste instante, parecia que algo estava impedindo o adversário de levar a cabo os seus maus desígnios. Por alguma razão, ele não prosseguiu com a execução de sua ostentação de violência física, mas ao invés disso, estava contentando-se em vaiar e cuspir e proferir as imprecações mais terríveis. Suavemente, mas com determinação, a voz do evangelista agora podia ser ouvida repreendendo o poder do mal que dominava o homem. Suas palavras, que eram ditas tão baixinho que podiam ser ouvidas somente a uma curta distância, diziam: “Satanás, porque tu desafiaste o servo de Deus, perante esta grande congregação, tu te curvarás diante de mim. Em nome de Jesus Cristo, tu cairás aos meus pés”. As palavras foram repetidas várias vezes. O desafiante deixou de falar, e era evidente que agora ele estava trabalhando sob uma pressão. Tão forte quanto ele era e as forças perversas que o controlavam, reforçados por todos os espíritos malignos no edifício, aparentemente eles estavam sucumbindo gradualmente para outro poder que era maior do que eles, um poder que respondeu ao sussurro do nome de Jesus! Logo ficou evidente que o homem percebeu que estava sendo superado, mas nada que pudesse fazer, aparentemente, poderia reverter a situação. Uma batalha tensa de forças espirituais agora convocava todas as forças que ele tinha. Gotas de suor irromperam em seu rosto quando ele produziu um último esforço desesperado, mas foi tudo em vão. De repente, aquele que alguns minutos antes havia tão descaradamente desafiado o homem de Deus com suas terríveis ameaças e acusações, deu um gemido horrível e caiu no chão chorando de maneira histérica. Durante muito tempo ele ficou ali se contorcendo na poeira, enquanto o evangelista calmamente prosseguia com o culto como se nada tivesse acontecido.

Desnecessário será dizer que a grande congregação ficou impressionada com a cena que havia acontecido perante eles, em que Deus de maneira tão assinalada vindicou Seu servo, e altos louvores a Deus encheram o espaçoso auditório. Os policiais também, assustados com o que tinham testemunhado, abertamente reconheceram que Deus estava no meio deles. Será preciso registrar que no culto de cura que se seguiu, uma onda de glória foi manifestada que nunca será esquecido por aqueles que estiveram presentes. Muitos milagres de cura aconteceram naquela noite, e uma multidão de pessoas foi ministrada na fila de oração.

A Sr.ª T. L. Osborn estava nesta reunião, e ela ficou tão impressionada que ela contou ao seu marido. Ele veio na noite seguinte e ficou tão comovido que de acordo com o seu testemunho, ele se isolou em jejum e oração até que Deus lhe deu um grande ministério de fé.

A família Osborn no início dos anos 50

No ano de 1950 nós fomos com o grupo Branham para a Finlândia. Um evento aconteceu enquanto estávamos em Kuopio que nunca será esquecido pelos membros do grupo. Foi a ressurreição à vida de uma criança que havia sido morta em um acidente automobilístico, circunstâncias das quais haviam sido previamente mostradas ao irmão Branham em uma visão. Vamos deixar que o pastor em Kuopio, nesse momento conte a história.

Numa tarde de sexta-feira um incidente impressionante e fora do comum aconteceu, o que significa muito para o irmão Branham e para aqueles de nós que aconteceu de sermos suas testemunhas. Três carros cheios de nós passageiros fizeram uma inesquecível viagem próxima da Torre de Observação Puijo situada numa bela elevação cênica. A excursão foi uma das mais preciosas que eu posso lembrar, por causa da bênção de Deus sobre nós. E então enquanto estávamos retornando do Puijo, um terrível acidente ocorreu. Um carro à frente foi incapaz de evitar um choque contra dois pequenos garotos, que correram para a rua na frente dele, jogando um para o lado da calçada, e o outro cerca de cinco metros longe dentro de um campo. Um garoto inconsciente foi conduzido para dentro de um carro à frente de nós e o outro, Kari Holma, foi levado para dentro de nosso carro e colocado nos braços do irmão Branham e da senhorita Isaacson que estavam sentados no banco detrás. Os irmãos Moore e Lindsay foram no banco da frente comigo.

O grupo Branham durante a viagem missionária na Escandinávia

Enquanto corríamos para o hospital, eu perguntei por meio da irmã Isaacson, a intérprete, como o menino estava. O irmão Branham, com seu dedo sobre o pulso do garoto, respondeu que o menino parecia estar morto, uma vez que o pulso não batia de jeito nenhum. Então o irmão Branham colocou sua mão sobre o coração do menino e percebeu que isso não estava funcionando. Ele mais uma vez examinou a respiração e não pôde detectar nenhum fôlego. Então ele se ajoelhou no chão do carro e começou a orar. E os irmãos Lindsay e Moore também oraram para que o Senhor tivesse misericórdia. Quando nos aproximamos do hospital, cerca de cinco ou seis minutos depois, eu dei uma olhada para trás, e para minha surpresa, o menino abriu seus olhos. Quando transportamos o menino para dentro do hospital, ele começou a chorar, e eu percebi que um milagre havia acontecido.

Pastor Vilho Soininen de Kuopio

Muitos milagres de Deus espetaculares aconteceram através do ministério de William Branham. As almas que encontraram a Cristo como Salvador, aqueles que foram curados, e aqueles cujas vidas foram mudadas através de seu dedicado ministério, para sempre serão gratos de que este servo de Deus veio ao seu caminho.

Fonte: Revista A Voz da Cura,
Fevereiro de 1966;
Volume XVIII, Nº. 11

Tradução: Diógenes Dornelles

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