A OVELHA PERDIDA

Noventa e nove ovelhas vão
seguras no curral;
mas uma delas se afastou
do aprisco pastoral
a errar nos montes de terror,
distante do fiel pastor,
distante do fiel pastor.

“Com a grei submissa, ó bom Pastor,
não te contentarás?”
“A errante é minha,”replicou,
“Pertence-me a fugaz.
Vou ao deserto procurar
a ovelha que ouço em dor gritar,
a ovelha que ouço em dor gritar.”

Nenhum remido imaginou
quão negra escuridão,
quão fundas águas que passou,
trazendo-a à salvação.
E quando foi pra socorrer
a errante estava a perecer,
a errante estava a perecer.

“Por toda a estrada donde vem,
que sangue enxergo ali?”
“Busquei a ovelha com amor,
o sangue meu verti.”
“Ferida vejo a tua mão.”
“A angústia encheu-me o coração,
a angústia encheu-me o coração.”

Vêm da montanha aclamações!
É a voz do bom Pastor!
Ressoa em notas triunfais
o salmo vencedor!
E os anjos cantam lá nos céus:
A errante já voltou a Deus,
a errante já voltou a Deus!”