A estrada para essa parte do sul do deserto do Arizona conhecido como Pôr do Sol sempre foi bem frequentada. Nos primeiros dias, nos anos 20 e 30, eram principalmente os prospectores procurando por ouro que examinavam os seus cânions e leitos de rios. Mas havia também o caçador ocasional, individualistas austeros que estavam procurando por solidão como também por caça. William Branham era um desses citados por último.
Não é conhecido ao certo quando o irmão Branham pela primeira vez viajou para o Pôr do sol, talvez tão cedo quanto 1948. Seu guia nessa viagem introdutória, um prospector de Phoenix chamado Wallace MacAnally, consegue lembrar apenas que eles se dirigiram para lá em seu Ford 1947 e que experimentaram um pneu furado ao longo do caminho. Sua caça era a arisca javalina, mas o verdadeiro sucesso da caçada pode ser mais bem medido pelo fato de que o irmão Branham continuou a percorrer o seu caminho para o Pôr do sol a cada primavera do ano, tão frequentemente quanto a sua programação permitia.
Em 1963, a atração no Pôr do sol começou a se mover do natural para o sobrenatural. Naquele ano, a estrada para o Pôr do sol na verdade começou em Jeffersonville, Indiana, na manhã do dia 22 de dezembro de 1962…
A batida na porta foi baixa, mas persistente, seguida por um esforço para abrir a maçaneta. “Bill, você está bem?”. Havia uma preocupação na voz, a qual era compreensível. Ele estava trancado no quarto por aproximadamente duas horas, e cada vez que ela lhe chamava, não havia resposta. Ele sabia que Rebekah estava esperando por ele para conduzi-la à Louisville; se ele não saísse em breve, ela chegaria tarde para o trabalho no hospital. Talvez ele tivesse de repente ficado doente, e estava muito fraco para responder. Por outro lado, talvez houvesse algo acontecendo no quarto trancado que não deveria ser interrompido. É claro, nessa família, a segunda voz estava mais apta a estar correta.
Do outro lado da porta, o objeto de preocupação da irmã Meda Branham, sentado com os seus olhos fixados no versículo sobre a página à frente de seus olhos: “Eis, que eu assentei em Sião uma pedra de esquina e pedra preciosa, e aquele que crer, não será envergonhado”. Ele fechou a Bíblia e caminhou até a janela. Levantando suas mãos, o irmão Branham orou por entendimento. Essa havia sido uma manhã estranha para ele.
A visão tinha vindo perto das nove horas e nela, ele se encontrava de pé no oeste, observando ao redor de Tucson, Arizona, e ele estava apanhando alguns carrapichos de sua calça jeans. Com ele na visão estava o seu filho mais moço, Joseph, e eles estavam conversando quando viu perante ele um grande arbusto. No arbusto estava um bando de pássaros pequeninos. Havia dois ou três pássaros sobre o topo do galho, seis ou oito no galho seguinte, e quinze ou vinte no galho inferior, formando o formato de uma pirâmide. Parecia que os pássaros, que aparentavam estarem cansados e sofridos, estavam tentando dizer alguma coisa, mas de repente, eles voaram em direção ao leste. Imediatamente um bando de pássaros maiores, parecendo-se com pombas, voou passando por ele do oeste para o leste. Elas estavam viajando muito mais rápido do que as aves menores, e quando elas haviam passado, ele se virou e olhou novamente para o oeste. De uma só vez, ele ouviu uma explosão estrondosa que soava como um avião rompendo a barreira do som, ou até mesmo uma grande explosão de um trovão. Isso estremeceu a terra, e vindo de uma longínqua distância, desde a eternidade, ele viu uma constelação de Anjos. Eles viajavam mais rápido do que o som, com suas asas arqueadas e suas faces em perfil. Ele não teve tempo para contar, mas ali parecia ser não menos que cinco, e não mais do que sete. Eles também estavam na forma de uma pirâmide. Em um piscar de olhos eles estavam com ele, e ele sentiu o poder de Deus levantá-lo para se reunir a eles.
Ainda dentro do reino da visão, ele arrazoou que isto devesse significar a sua morte iminente, talvez em uma explosão. Mas ele podia ainda ouvir a voz do seu filho, e ele entendeu que se, na realidade, isso tivesse sido uma explosão, isso teria matado o garoto também. Então ele soube. Isso foram os Anjos do Senhor vindo para dar-lhe sua nova comissão. Ele levantou suas mãos e clamou: “Senhor Jesus, o que Tu queres que eu faça?”. E a visão o deixou.
Ele foi deixado sentindo-se dormente e ofegante. Mais de uma hora depois, ele ainda sentia como se ele estivesse desapegado do seu corpo. Quando ele finalmente emergiu do quarto foi perto do meio dia. Ele disse à sua família que ele precisava passar o resto daquele dia em estudo, visto que estava programado para ele pregar no tabernáculo no dia seguinte.
Janeiro foi um mês de atividade, mas fevereiro foi extraordinariamente calmo. Houve somente um culto programado no calendário, e Billy Paul, o filho de 27 anos do irmão Branham, ficou agradecido pelo descanso. Isso deu a ele alguns dias para apanhar as correspondências e outros trabalhos do escritório que ele administrava para o seu pai. Ele havia se mudado, com sua esposa e seu filho bebê, para um pequeno apartamento de estúdio em Tucson, e com o tempo isso foi servindo tanto como uma casa como um escritório.
Uma noite no final de janeiro o irmão Branham parou e perguntou a Billy Paul se ele havia trazido a lista de correspondências com ele do escritório de Jeffersonville. Ele queria enviar recados para uma série de cultos a serem realizados no tabernáculo durante a semana de 17 a 24 de março. Ele disse que o seu assunto seria “A Revelação dos Sete Selos”. Billy Paul disse-lhe que tomaria conta disso imediatamente e que dentro de uma semana ou duas, os cartões postais estariam no correio.
A estação de caça a javalina no Arizona começou no início de março e continuou por dez dias. Normalmente, o irmão Branham teria estado em seu caminho para o Pôr do sol para o dia de abertura, mas, inesperadamente, ele havia sido convidado para falar em uma reunião de oração no dia 4 de março em Houston, Texas, e ele aceitou. No dia 3 ele se dirigiu para Houston com Billy Paul, pregou na noite do dia 4 e voltou para casa imediatamente após o culto. Na viagem de volta, ele viajou com amigos de Tucson. Entretanto, Billy Paul prosseguiu para o leste, até Jeffersonville, para fazer os preparativos finais para a vinda das séries de reuniões.
Já era meio dia quando eles saíram para o Monte Pôr do sol na camionete branca do irmão Sothmann. A data era 6 de março de 1963, o qual significava que eles teriam somente 3 dias de caça restantes, uma vez que eles não caçavam aos domingos. Mas com somente três caçadores, eles pensaram que cada um deles tinha uma boa chance suficiente de caçar alguma coisa. Menos de duas horas depois de sair de Tucson, eles saíram da estrada pavimentada na Wilcox e foram para a estrada de chão que guia à Bonita e para os cânions espalhados ao longo dos limites de Rattlesnake Mesa. Uma hora mais tarde, o irmão Branham, irmão Norman e o irmão Sothmann, tinham posto suas armas nos ombros e seguido seus caminhos separados.
No dia seguinte, 7 de março, o irmão Branham foi bem sucedido ao encontrar uma javalina de bom tamanho. Os outros dois caçadores não estavam com tanta sorte assim, mas uma vez que ele agora conhecia a vizinhança ao derredor de onde o rebanho estava localizado, o irmão Branham prometeu apontar a eles na direção certa na manhã seguinte.
O acampamento era algo muito simples – uma fogueira, três cadeiras dobráveis, e uma pequena mesa – onde eles pudessem sentar, comer e conversar – ou ouvir, o que era o caso na segunda noite deles no acampamento. Como o irmão Branham veio a relatar mais tarde, a Presença do Espírito Santo foi tremenda no acampamento naquela noite, e Ele começou a revelar coisas que estavam acontecendo nas vidas dos irmãos e membros de suas famílias. Finalmente o irmão Branham teve que caminhar a uma certa distância do acampamento, a fim de interromper as visões que podiam rapidamente esgotá-lo.
Era metade da manhã, em um matiz enegrecido, criado quando a luz do sol era filtrada através dos escassos galhos cobertos pelos arbustos que forneciam uma perfeita camuflagem para o pelo grisalho e marrom da javalina. O pequeno rebanho era visível aos olhos do caçador, e a distância através da ravina que separava o homem da presa impedia-lhe de ouvir o ronco ocasional, acompanhado pelos sons de pisadas e estalos que os animais faziam quando farejavam por raízes e sementes silvestres. Uma rajada de vento soprava em seu caminho através das espinhosas barreiras de cactos, levantando as impurezas do deserto e deixando uma nuvem de poeira em sua trilha. Em direção a uma parte maior do pasto, a javalina pisa de forma muito cautelosa rumo a uma tentadora porção de terra coberta por um verde macio muito próximo. Ele não percebeu nada de errado, e, respondendo à sua liderança, o restante do rebanho brevemente seguiu lhe em direção à brilhante luz do sol.
Através da ravina, o caçador estava se aproximando do topo do monte e ele pausou em sua escalada para olhar em volta. Rochas pontiagudas se empilhavam pelos derredores. Pouco mais à frente, ele podia ver um fraco rastro de veado contornando mais abaixo do alto planalto que se encurvava em direção ao leste. Atrás dele se esticava um longo dedo de mão que ligava esse local a um charco seco onde ele e os seus companheiros tinham acampado na noite anterior. O céu estava claro e a manhã estava fria, mas um agressivo sol de março brevemente pressionava a temperatura para bem alto. Era época da primavera e a face do deserto do Arizona era tão amigável quanto sempre foi.
Achando um ponto claro, o homem sentou-se e começou a remover os carrapichos que tinham se prendido às pernas de sua calça jeans. Cuidadosamente ele puxou uma das sementes espinhosas, mas ele hesitou antes que a soltasse de lado. Um sentimento de familiaridade varreu sobre ele. “Isso é estranho”, ele meditou, olhando para a semente do tamanho de um feijão que ele segurava entre os seus dedos. “Eu me lembro de algo sobre apanhar um carrapicho da calça de minha perna”.
Muito provavelmente foi o instinto de caçador que o fez erguer os olhos naquele momento, e o que ele viu despertou uma resposta imediata. O rebanho de mais ou menos vinte javalinas que ele estava procurando desde o amanhecer estava a pouco perambulando à vista e agora pastava a pouco mais de 450 metros de distância. Focado no seu objetivo imediato que era de alertar os seus dois companheiros caçadores para a localização da caça, ele jogou o agora esquecido carrapicho no chão e rápido e quietamente se levantou, e começou a atravessar o monte. Uma vez fora da vista dos animais, ele parou por tempo suficiente para atar um pedaço de lenço de papel a um galho como um marcador, e depois rapidamente andando a passos delicados. Ele sabia que ele estava a uma dupla de milhas dos outros homens, mas se ele –
[A partir deste ponto há uma falha na edição do texto da revista que deixou este parágrafo inconcluso – Trad.]
O som não era nada parecido com o que ele já tinha ouvido.
Quando o rugido da explosão reverberou em volta dele, por um momento assustador ele sentiu como se o seu corpo tivesse sido catapultado para o ar. “Fui atingido”, ele pensou, presumindo que outro caçador tivesse visto seu chapéu preto enquanto ele estava correndo e tivesse confundindo-lhe com uma javalina de cor escura. Tudo em volta dele, pedras e rochas de tamanho regulares que haviam sido desalojados pela explosão, saltaram estrondosamente abaixo do declive. Então ele percebeu que os seus pés ainda estavam firmementes sobre o chão, mas ele sabia que a dimensão que o rodeava havia mudado, pois parado diante dele estava uma pirâmide de sete Anjos. “Volte para Jeffersonville”. Esse foi o Anjo predominante que ficou frente a ele à esquerda e que falou a comissão. “Os Sete Selos dos Sete Mistérios serão abertos. Um por um, nós traremos a Mensagem”.
Uma hora mais tarde, o irmão Norman e o irmão Sothmann não puderam evitar, mas eles observaram uma diferença no semblante do irmão Branham quando ele se uniu a eles; mas, como era o costume deles, eles nunca lhe questionaram. Ele perguntou a cada um deles se eles tinham escutado a explosão, e eles garantiram-lhe que eles haviam sentido isso tão bem quanto escutado, mas ele nunca perguntou quanto a se eles haviam visto qualquer coisa incomum. Nem ofereceu-lhes uma explicação, mas ainda assim eles se sentiram confortados e em breve voltaram para a rotina normal da caçada. Na tarde seguinte, os três homens retornaram para Tucson e começaram a fazer os preparativos para a viagem à Jeffersonville.
A edição da revista LIFE do dia 17 de maio de 1963 continha uma fotografia incomum, e a primeira pessoa que tomou nota disso foi o irmão Gene Norman. De acordo com o artigo acompanhando a foto, a ciência não conseguia encontrar nenhuma explicação para uma nuvem extraordinária que havia aparecido sobre o Arizona, e isso o intrigou. No domingo seguinte, ele mostrou a revista para o seu amigo. “Irmão Branham, você já viu algo parecido como isso?”, ele perguntou.
“Eu creio que você observou que isso está na forma de uma pirâmide”, foi a única resposta que ele recebeu naquela ocasião, mas alguns dias depois, no dia primeiro de junho, o irmão Branham tomou conhecimento da significância da foto.
Falando a um pequeno grupo de pessoas que tinha se reunido na casa do irmão Tom Simpson, ele explicou:
“Eu olhei e bem ali estavam aqueles Anjos simplesmente tão claro quanto poderiam estar. Eu olhei para ver quando foi isso, e foi aproximadamente um dia ou dois antes, ou um dia ou dois depois que eu estive lá”.
Vários meses depois, em Sierra Vista, Arizona, ele esclareceu o evento até mesmo depois por lembrar seus ouvintes que Deus sempre mostra Seus maiores eventos primeiro nos céus. “Você observou”, ele comentou, “que antes que os Sete Selos fossem revelados, a grande Luz misteriosa declarou nos céus acima aqui sobre Tucson, onde nós estamos?”.
A extraordinária saga do Pôr do sol não estava todavia completada. Em 1964, uma dezena de homens se reuniu no local pedregoso do acampamento por três dias de caçada e companheirismo, e uma vez mais o sobrenatural foi manifestado. Velando-Se em um redemoinho, exatamente como Ele fez com Jó, Deus desceu para alertar o Seu profeta do juízo que brevemente cairia sobre a costa oeste. Menos de trinta dias depois, o terremoto mais forte na América do Norte desde 1899 estremeceu uma distância de mais de 800 quilômetros do litoral do Alasca. Isso foi somente um sinal do que o mundo estaria enfrentando, como o irmão Branham explicou mais tarde:
“Há pouco em março passado, 1964, aquele terremoto do Alasca estremeceu o mundo todo, embora isso não se desequilibrasse. Mas Deus estava alertando por meio de um tremor no mundo o que Ele em breve fará em uma escala maior. Ele irá explodir e chacoalhar este mundo amaldiçoado pelo pecado, meu irmão, e há somente um lugar que pode suportar a esse abalo. Esse é no aprisco do Senhor Jesus. E eu suplico a você, enquanto a misericórdia de Deus ainda está disponível a você, que você dê sua vida inteira, incondicionalmente, a Jesus Cristo, que, como um Pastor Fiel, salvará você e cuidará de você e apresentará você na infalível Glória com excessiva grande alegria”.
O que dizer sobre os eventos que aconteceram nas montanhas do Pôr do sol há aproximadamente trinta anos atrás e que continuam a atrair a atenção de muitas pessoas? O que dizer sobre esse ponto remoto no deserto que é capaz de evocar tal júbilo em alguns corações e tal desprezo em outros?
As Escrituras dão testemunho de que quando Deus cumpre a Sua Palavra, isso sempre cria uma atração, exatamente como foi no dia em que Jesus entrou em Jerusalém montando um jumento – exatamente como Zacarias havia profetizado. Sua presença atraiu uma multidão mista, incluindo alguns que saíram de curiosidade, e outros para procurar falhas. Nós nos perguntamos: “Por que eles não puderam ver que a história estava sendo feita; que a profecia estava sendo cumprida?”
Em nosso dia, Deus escolheu um ponto fora do caminho para realizar um evento que mais uma vez atrairia a atenção de um povo para a Sua Palavra e cumprir a profecia das Escrituras. Como um resultado das experiências do Pôr do sol, temos sido capazes de ver a história repetir-se, pois no Pôr do sol de nossos dias, a Luz do entardecer tem certamente chegado.
CRONOLOGIA DOS EVENTOS DAS EXPERIÊNCIAS NO MONTE PÔR DO SOL
- 22 de dezembro de 1962 – visão da aparição dos Anjos em uma constelação.
- 23 de dezembro de 1962 – o irmão Branham relata a visão para a congregação no Tabernáculo Branham.
- 4 de janeiro de 1963 – a família do irmão Branham chega em Tucson,
- 10 ou 11 de janeiro de 1963 – no Cânion Sabino, a Espada do Rei é colocada na mão do irmão Branham.
- 28 de fevereiro de 1963 – A formação de uma nuvem incomum aparece sobre Flagstaff, Arizona e é fotografada de vários lugares no estado.
- 4 de março de 1963 – o irmão Branham ministra no Auditório Municipal em Houston, Texas.
- 6 de março de 1963 – o irmão Branham, irmão Norman e irmão Sothmann se dirigem para o Monte Pôr do sol para caçar javalina.
- 8 de março de 1963– o irmão Branham é visitado por sete Anjos cumprindo a visão do dia 22 de dezembro. O Sete Selos são abertos.
- 17 – 24 de março de 1963 – A Revelação dos Sete Selos são pregados em Jeffersonville. Cada dia um Anjo vem para o irmão Branham em seu estúdio para revelar o que se encontra escrito sob aquele Selo.
- 17 de maio de 1963 – a revista Life publica fotos e a história de uma nuvem incomum em forma de pirâmide que apareceu em 28 de fevereiro. Inexplicável pela ciência, a nuvem estava a 42 quilômetros de altura e tinha 48 quilômetros de comprimento.
“Desde quando Deus fez qualquer coisa que Ele não mostrasse primeiro por meio de um sinal celestial? Seus maiores eventos sempre acontecem primeiro nos céus, antes que eles aconteçam na terra. Ele Se reflete”.
William Branham
Fonte: Revista Only Believe
Volume 5, nº. 1, junho de 1992.
Tradução: Diógenes Dornelles