A Cura Milagrosa de Donny Morton
Matéria da Revista TIME, 2 de Julho de 1951
“Como Pode Você Desistir?”
Há dezoito meses atrás o pequeno Donald Morton estava caminhando em volta da fazenda do pai próximo à Archerwill, Saskatchewan, como qualquer outra criança saudável de dois anos de idade. Então ele desenvolveu uma coxeadura. Arthur Morton levou seu filho para o médico local para tratamento, mas a coxeadura ficou pior. Os braços da criança e as pernas perderam a sua gordura e firmeza. Seu pai o viu “segurar em coisas e perdê-las por polegadas. Ele não conseguia segurar os seus brinquedos e ele se colidia com os móveis e batia em coisas de um lado para o outro”.
O fazendeiro Morton levou o seu filho de olhos azuis de médico em médico, mergulhando profundamente em suas magras economias. Finalmente a enfermidade de Donald foi diagnosticada: hidroma subdoral, ou água no cérebro, geralmente o resultado de uma cabeça ferida que rompe o tecido ao redor do cérebro, permitindo que o fluido cérebro-espinhal se torne embolsado debaixo de uma membrana semelhante a uma pele entre o crânio e o cérebro. Uma operação para aliviar a pressão foi malsucedida.
Lenta Inanição
Donald começou a ter convulsões; ele estava lentamente passando fome porque a contração muscular tornava quase impossível para ele engolir. Arthur Morton vendeu três de suas oito vacas para pagar por uma viagem de avião para a Clínica Mayo em Rochester, Minnessota, em abril passado. Aí o caso de Donald foi novamente considerado. O veredito do médico: sem esperança.
De volta a Saskatchewan, Arthur Morton apegou-se obstinadamente à esperança. Em seu jornal ele leu de um evangelista em Costa Mesa, Califórnia, que foi dito estar curando os enfermos através da oração. Ignorando os conselhos dos médicos, ele decidiu fazer uma viagem de 2.800 milhas [4.500 quilômetros – N.T.] com o seu filho, até então dificilmente capaz de respirar, e magro pesando somente 20 libras. [9kg – N.T.]
Incapaz de bancar os 230 dólares da passagem de avião, Morton tomou o ônibus.
No assento detrás ele sentava ereto com Donald deitado em seus braços; alimentava-o com suco de cenoura e mingau; confortava-lhe quando suas dores ficavam piores; soprava ar em suas narinas quando ele sufocava. Em um ponto, um bando de bêbados tentou forçar os Mortons para fora do banco detrás porque eles estavam ocupando muito o espaço. “Essa foi a primeira vez em minha vida”, disse o pacífico fazendeiro Morton, “que eu resisti”.
Orações Respondidas
Após o pesadelo de uma viagem de seis dias e noites, os Mortons chegaram à Costa Mesa. Lá o pai e o evangelista William Branham oraram sobre o menino; “Então”, diz Arthur Morton, “nossas orações foram respondidas”. Lendo da jornada dos Mortons em um jornal de Los Angeles, uma mulher idosa de Pasadena que persuadiu o especialista em cérebro William T. Grant a examinar o menino, garantiu o hospital e as despesas médicas. Ela também havia tido o que os médicos chamaram de uma hidroma subdoral “sem esperança”, e ela havia sido curada disso por meio de cirurgia.
Semana passada no Hospital São Lucas de Pasadena, Donnie Morton estava alegre após uma operação para aliviar a pressão sobre o seu cérebro. Ele já havia ganhado quatro libras,[8 kg – N.T.] era capaz de choramingar e a “rodopiar igual uma isca viva” quando ele deita nos braços de seu pai. Embora outra operação estivesse marcada, e o restabelecimento de Donald ainda dependesse de quão rapidamente a natureza poderia reconstruir seu corpo gasto, Arthur Morton estava convencido de que o seu filho viveria. “Como pode você desistir?”, ele disse. “Olhe para a bravura dele. Deus não permitirá que a centelha se apague”.
Esta é uma tradução feita na íntegra do inglês para o português, da matéria da página 40 da Revista Time, do dia 2 de julho de 1951.
Meu mais profundo agradecimento ao irmão Raimundo Amaral, por ter disponibilizado do seu acervo pessoal, o artigo original da Revista TIME para essa tradução.
Tradução: Diógenes Dornelles (Maio de 2011).