Gênesis

1. No princípio, criou Deus os céus e a terra.

2. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

3. E disse Deus: Haja luz. E houve luz.

4. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.

5. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro.

6. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.

7. E fez Deus a expansão e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi.

8. E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo.

9. E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi.

10. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era bom.

11. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi.

12. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom.

13. E foi a tarde e a manhã: o dia terceiro.

14. E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.

15. E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi.

16. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.

17. E Deus os pôs na expansão dos céus para alumiar a terra,

18. e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom.

19. E foi a tarde e a manhã: o dia quarto.

20. E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus.

21. E Deus criou as grandes baleias, e todo réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e toda ave de asas conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom.

22. E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.

23. E foi a tarde e a manhã: o dia quinto.

24. E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi.

25. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom.

26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.

27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

28. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

29. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento.

30. E a todo animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi.

31. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.

1. Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados.

2. E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.

3. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.

4. Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus.

5. Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.

6. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra.

7. E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

8. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.

9. E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.

10. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.

11. O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro.

12. E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio e a pedra sardônica.

13. E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.

14. E o nome do terceiro rio é Hidéquel; este é o que vai para a banda do oriente da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates.

15. E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

16. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,

17. mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

18. E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

19. Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.

20. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21. Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

25. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

1. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

3. mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.

4. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

5. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

6. E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

7. Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

8. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.

9. E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?

10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.

11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?

12. Então, disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

13. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

14. Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida.

15. E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

17. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.

18. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo.

19. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás.

20. E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela era a mãe de todos os viventes.

21. E fez o SENHOR Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu.

22. Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente,

23. o SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado.

24. E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

1. E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão.

2. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.

3. E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.

4. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta.

5. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.

6. E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?

7. Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás.

8. E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou.

9. E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?

10. E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.

11. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.

12. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra.

13. Então, disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada.

14. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará.

15. O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse.

16. E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden.

17. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque; e ele edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque.

18. E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael, e Metusael gerou a Lameque.

19. E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá.

20. E Ada teve a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado.

21. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão.

22. E Zilá também teve a Tubalcaim, mestre de toda obra de cobre e de ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Naamá.

23. E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar.

24. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete.

25. E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.

26. E a Sete mesmo também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então, se começou a invocar o nome do SENHOR.

1. Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.

2. Macho e fêmea os criou, e os abençoou, e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados.

3. E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete.

4. E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas.

5. E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos; e morreu.

6. E viveu Sete cento e cinco anos e gerou a Enos.

7. E viveu Sete, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos e gerou filhos e filhas.

8. E foram todos os dias de Sete novecentos e doze anos; e morreu.

9. E viveu Enos noventa anos; e gerou a Cainã.

10. E viveu Enos, depois que gerou a Cainã, oitocentos e quinze anos e gerou filhos e filhas.

11. E foram todos os dias de Enos novecentos e cinco anos; e morreu.

12. E viveu Cainã setenta anos e gerou a Maalalel.

13. E viveu Cainã, depois que gerou a Maalalel, oitocentos e quarenta anos e gerou filhos e filhas.

14. E foram todos os dias de Cainã novecentos e dez anos; e morreu.

15. E viveu Maalalel sessenta e cinco anos e gerou a Jarede.

16. E viveu Maalalel, depois que gerou a Jarede, oitocentos e trinta anos e gerou filhos e filhas.

17. E foram todos os dias de Maalalel oitocentos e noventa e cinco anos; e morreu.

18. E viveu Jarede cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque.

19. E viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos e gerou filhos e filhas.

20. E foram todos os dias de Jarede novecentos e sessenta e dois anos; e morreu.

21. E viveu Enoque sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém.

22. E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Metusalém, trezentos anos e gerou filhos e filhas.

23. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos.

24. E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou.

25. E viveu Metusalém cento e oitenta e sete anos e gerou a Lameque.

26. E viveu Metusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e oitenta e dois anos e gerou filhos e filhas.

27. E foram todos os dias de Metusalém novecentos e sessenta e nove anos; e morreu.

28. E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos e gerou um filho.

29. E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou.

30. E viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco anos e gerou filhos e filhas.

31. E foram todos os dias de Lameque setecentos e setenta e sete anos; e morreu.

32. E era Noé da idade de quinhentos anos e gerou Noé a Sem, Cam e Jafé.

1. E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

2. viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.

3. Então, disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

4. Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama.

5. E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

6. Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.

7. E disse o SENHOR: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

8. Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR.

9. Estas são as gerações de Noé: Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus.

10. E gerou Noé três filhos: Sem, Cam e Jafé.

11. A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.

12. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.

13. Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.

14. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.

15. E desta maneira farás: de trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.

16. Farás na arca uma janela e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros.

17. Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida debaixo dos céus: tudo o que há na terra expirará.

18. Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo.

19. E de tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie meterás na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão.

20. Das aves conforme a sua espécie, dos animais conforme a sua espécie, de todo réptil da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida.

21. E tu toma para ti de toda comida que se come e ajunta-a para ti; e te será para mantimento, para ti e para eles.

22. Assim fez Noé; conforme tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.

1. Depois, disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração.

2. De todo animal limpo tomarás para ti sete e sete: o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois: o macho e sua fêmea.

3. Também das aves dos céus sete e sete: macho e fêmea, para se conservar em vida a semente sobre a face de toda a terra.

4. Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda substância que fiz.

5. E fez Noé conforme tudo o que o SENHOR lhe ordenara.

6. E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra.

7. E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele na arca, por causa das águas do dilúvio.

8. Dos animais limpos, e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra,

9. entraram de dois em dois para Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé.

10. E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.

11. No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram,

12. e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.

13. E, no mesmo dia, entrou Noé, e Sem, e Cam, e Jafé, os filhos de Noé, como também a mulher de Noé, e as três mulheres de seus filhos, com ele na arca;

14. eles, e todo animal conforme a sua espécie, e todo gado conforme a sua espécie, e todo réptil que se roja sobre a terra conforme a sua espécie, e toda ave conforme a sua espécie, todo pássaro de toda qualidade.

15. E de toda carne, em que havia espírito de vida, entraram de dois em dois para Noé na arca.

16. E os que entraram, macho e fêmea de toda carne entraram, como Deus lhe tinha ordenado; e o SENHOR a fechou por fora.

17. E esteve o dilúvio quarenta dias sobre a terra; e cresceram as águas e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a terra.

18. E prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca andava sobre as águas.

19. E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos.

20. Quinze côvados acima prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos.

21. E expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo o réptil que se roja sobre a terra, e de todo homem.

22. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu.

23. Assim, foi desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.

24. E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias.

1. E lembrou-se Deus de Noé, e de todo animal, e de toda rês que com ele estava na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas.

2. Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se.

3. E as águas tornaram de sobre a terra continuamente e, ao cabo de cento e cinqüenta dias, as águas minguaram.

4. E a arca repousou, no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate.

5. E foram as águas indo e minguando até ao décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes.

6. E aconteceu que, ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito.

7. E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra.

8. Depois, soltou uma pomba, a ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra.

9. A pomba, porém, não achou repouso para a planta de seu pé e voltou a ele para a arca; porque as águas estavam sobre a face de toda a terra; e ele estendeu a sua mão, e tomou-a, e meteu-a consigo na arca.

10. E esperou ainda outros sete dias e tornou a enviar a pomba fora da arca.

11. E a pomba voltou a ele sobre a tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu Noé que as águas tinham minguado sobre a terra.

12. Então, esperou ainda outros sete dias e enviou fora a pomba; mas não tornou mais a ele.

13. E aconteceu que, no ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as águas se secaram de sobre a terra. Então, Noé tirou a cobertura da arca e olhou, e eis que a face da terra estava enxuta.

14. E, no segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca.

15. Então, falou Deus a Noé, dizendo:

16. Sai da arca tu, e tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos contigo.

17. Todo animal que está contigo, de toda carne, de ave, e de gado, e de todo réptil que se roja sobre a terra, traze fora contigo; e povoem abundantemente a terra, e frutifiquem, e se multipliquem sobre a terra.

18. Então, saiu Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele;

19. todo animal, todo réptil, toda ave, tudo o que se move sobre a terra, conforme as suas famílias, saiu para fora da arca.

20. E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar.

21. E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz.

22. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.

1. E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra.

2. E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues.

3. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde.

4. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.

5. E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.

6. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.

7. Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela.

8. E falou Deus a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:

9. E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a vossa semente depois de vós,

10. e com toda alma vivente, que convosco está, de aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da arca, até todo animal da terra.

11. E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra.

12. E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas.

13. O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra.

14. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens.

15. Então, me lembrarei do meu concerto, que está entre mim e vós e ainda toda alma vivente de toda carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio, para destruir toda carne.

16. E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar do concerto eterno entre Deus e toda alma vivente de toda carne, que está sobre a terra.

17. E disse Deus a Noé: Este é o sinal do concerto que tenho estabelecido entre mim e toda a carne que está sobre a terra.

18. E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, e Cam, e Jafé; e Cam é o pai de Canaã.

19. Estes três foram os filhos de Noé; e destes se povoou toda a terra.

20. E começou Noé a ser lavrador da terra e plantou uma vinha.

21. E bebeu do vinho e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda.

22. E viu Cam, o pai de Canaã, a nudez de seu pai e fê-lo saber a ambos seus irmãos, fora.

23. Então, tomaram Sem e Jafé uma capa, puseram-na sobre ambos os seus ombros e, indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai; e os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai.

24. E despertou Noé do seu vinho e soube o que seu filho menor lhe fizera.

25. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos.

26. E disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.

27. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.

28. E viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos.

29. E foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos, e morreu.

1. Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio.

2. Os filhos de Jafé são: Gomer, e Magogue, e Madai, e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras.

3. E os filhos de Gomer são: Asquenaz, e Rifate, e Togarma.

4. E os filhos de Javã são: Elisá, e Társis, e Quitim, e Dodanim.

5. Por estes, foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.

6. E os filhos de Cam são: Cuxe, e Mizraim, e Pute, e Canaã.

7. E os filhos de Cuxe são: Sebá, e Havilá, e Sabtá, e Raamá, e Sabtecá; e os filhos de Raamá são: Sabá e Dedã.

8. E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra.

9. E este foi poderoso caçador diante da face do SENHOR; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR.

10. E o princípio do seu reino foi Babel, e Ereque, e Acade, e Calné, na terra de Sinar.

11. Desta mesma terra saiu ele à Assíria e edificou a Nínive, e Reobote-Ir, e Calá,

12. e Resém, entre Nínive e Calá ( esta é a grande cidade ).

13. E Mizraim gerou a Ludim, e a Anamim, e a Leabim, e a Naftuim,

14. e a Patrusim, e a Casluim ( donde saíram os filisteus ), e a Caftorim.

15. E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete,

16. e ao jebuseu, e ao amorreu, e ao girgaseu,

17. e ao heveu, e ao arqueu, e ao sineu,

18. e ao arvadeu, e ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus.

19. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma, e Gomorra, e Admá, e Zeboim, até Lasa.

20. Estes são os filhos de Cam, segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.

21. E a Sem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de Éber e o irmão mais velho de Jafé.

22. Os filhos de Sem são: Elão, e Assur, e Arfaxade, e Lude, e Arã.

23. E os filhos de Arã são: Uz, e Hul, e Geter, e Más.

24. E Arfaxade gerou a Salá; e Salá gerou a Éber.

25. E a Éber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome do seu irmão foi Joctã.

26. E Joctã gerou a Almodá, e a Selefe, e a Hazar-Mavé, e a Jerá,

27. e a Hadorão, e a Uzal, e a Dicla,

28. e a Obal, e a Abimael, e a Sabá,

29. e a Ofir, e a Havilá, e a Jobabe; todos estes foram filhos de Joctã.

30. E foi a sua habitação desde Messa, indo para Sefar, montanha do Oriente.

31. Estes são os filhos de Sem, segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.

32. Estas são as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, em suas nações; e destes foram divididas as nações na terra, depois do dilúvio.

1. E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.

2. E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.

3. E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal.

4. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.

5. Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;

6. e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.

7. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.

8. Assim, o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.

9. Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra.

10. Estas são as gerações de Sem: Sem era da idade de cem anos e gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio.

11. E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos; e gerou filhos e filhas.

12. E viveu Arfaxade trinta e cinco anos e gerou a Salá.

13. E viveu Arfaxade, depois que gerou a Salá, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.

14. E viveu Salá trinta anos e gerou a Éber.

15. E viveu Salá, depois que gerou a Éber, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.

16. E viveu Éber trinta e quatro anos e gerou a Pelegue.

17. E viveu Éber, depois que gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas.

18. E viveu Pelegue trinta anos e gerou a Reú.

19. E viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos; e gerou filhos e filhas.

20. E viveu Reú trinta e dois anos e gerou a Serugue.

21. E viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete anos; e gerou filhos e filhas.

22. E viveu Serugue trinta anos e gerou a Naor.

23. E viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos; e gerou filhos e filhas.

24. E viveu Naor vinte e nove anos e gerou a Tera.

25. E viveu Naor, depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos; e gerou filhos e filhas.

26. E viveu Tera setenta anos e gerou a Abrão, a Naor e a Harã.

27. E estas são as gerações de Tera: Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló.

28. E morreu Harã, estando seu pai Tera ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus.

29. E tomaram Abrão e Naor mulheres para si; o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher de Naor era Milca, filha de Harã, pai de Milca e pai de Iscá.

30. E Sarai foi estéril e não tinha filhos.

31. E tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã e habitaram ali.

32. E foram os dias de Tera duzentos e cinco anos; e morreu Tera em Harã.

1. Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

2. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.

3. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

4. Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.

5. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã.

6. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam, então, os cananeus na terra.

7. E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.

8. E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR.

9. Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul.

10. E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra.

11. E aconteceu que, chegando ele para entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista;

12. e será que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é a sua mulher. E matar-me-ão a mim e a ti te guardarão em vida.

13. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti.

14. E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios a mulher, que era mui formosa.

15. E viram-na os príncipes de Faraó e gabaram-na diante de Faraó; e foi a mulher tomada para a casa de Faraó.

16. E fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos, e servas, e jumentas, e camelos.

17. Feriu, porém, o SENHOR a Faraó com grandes pragas e a sua casa, por causa de Sarai, mulher de Abrão.

18. Então, chamou Faraó a Abrão e disse: Que é isto que me fizeste? Por que não me disseste que ela era tua mulher?

19. Por que disseste: É minha irmã? De maneira que a houvera tomado por minha mulher; agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te.

20. E Faraó deu ordens aos seus varões a seu respeito, e acompanharam-no a ele, e a sua mulher, e a tudo o que tinha.

1. Subiu, pois, Abrão do Egito para o lado do sul, ele e sua mulher, e tudo o que tinha, e com ele Ló.

2. E era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro.

3. E fez as suas jornadas do sul até Betel, até ao lugar onde a princípio estivera a sua tenda, entre Betel e Ai;

4. Até ao lugar do altar que outrora ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do SENHOR.

5. E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas.

6. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos; porque os seus bens eram muitos; de maneira que não podiam habitar juntos.

7. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló; e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra.

8. E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos.

9. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; e se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda.

10. E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar.

11. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do outro.

12. Habitou Abrão na terra de Canaã e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma.

13. Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o SENHOR.

14. E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;

15. Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre.

16. E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada.

17. Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei.

18. E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR.

1. E aconteceu, nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim,

2. que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Bela ( esta é Zoar ).

3. Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim ( que é o mar de Sal ).

4. Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas, ao décimo terceiro ano, rebelaram-se.

5. E, ao décimo quarto ano, veio Quedorlaomer e os reis que estavam com ele e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, e aos zuzins em Hã, e aos emins em Savé-Quiriataim,

6. e aos horeus no seu monte Seir, até à campina de Parã, que está junto ao deserto.

7. Depois, tornaram, e vieram a En-Mispate ( que é Cades ), e feriram toda a terra dos amalequitas e também os amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar.

8. Então, saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Bela ( esta é Zoar ) e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim,

9. contra Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, e Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco.

10. E o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra e caíram ali; e os restantes fugiram para um monte.

11. E tomaram toda a fazenda de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento e foram-se.

12. Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se.

13. Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.

14. Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã.

15. E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.

16. E tornou a trazer toda a fazenda e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o povo.

17. E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro ( depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele ) no vale de Savé, que é o vale do Rei.

18. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.

19. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;

20. e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.

21. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti.

22. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra,

23. e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;

24. salvo tão-somente o que os jovens comeram e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.

1. Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.

2. Então, disse Abrão: Senhor JEOVÁ, que me hás de dar? Pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer.

3. Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.

4. E eis que veio a palavra do SENHOR a ele, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro.

5. Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente.

6. E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça.

7. Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares.

8. E disse ele: Senhor JEOVÁ, como saberei que hei de herdá-la?

9. E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três anos, e uma cabra de três anos, e um carneiro de três anos, e uma rola, e um pombinho.

10. E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.

11. E as aves desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava.

12. E, pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caíram sobre ele.

13. Então, disse a Abrão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos.

14. Mas também eu julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda.

15. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado.

16. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.

17. E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão; e eis um forno de fumaça e uma tocha de fogo que passou por aquelas metades.

18. Naquele mesmo dia, fez o SENHOR um concerto com Abrão, dizendo: À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates,

19. e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu,

20. e o heteu, e o ferezeu, e os refains,

21. e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu.

1. Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe gerava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar.

2. E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de gerar; entra, pois, à minha serva; porventura, terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.

3. Assim, tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.

4. E ele entrou a Agar, e ela concebeu; e, vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.

5. Então, disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti. Minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela, agora, que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos. O SENHOR julgue entre mim e ti.

6. E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face.

7. E o Anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.

8. E disse: Agar, serva de Sarai, de onde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora.

9. Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora e humilha-te debaixo de suas mãos.

10. Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa que será.

11. Disse-lhe também o Anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e terás um filho, e chamarás o seu nome Ismael, porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.

12. E ele será homem bravo; e a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.

13. E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus da vista, porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?

14. Por isso, se chama aquele poço de Laai-Roi; eis que está entre Cades e Berede.

15. E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera Agar, Ismael.

16. E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu Ismael a Abrão.

1. Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito.

2. E porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente.

3. Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo:

4. Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações.

5. E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.

6. E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.

7. E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti.

8. E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus.

9. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu e a tua semente depois de ti, nas suas gerações.

10. Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo macho será circuncidado.

11. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós.

12. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente.

13. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo.

14. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto.

15. Disse Deus mais a Abraão: a Sarai, tua mulher, não chamarás mais pelo nome de Sarai, mas Sara será o seu nome.

16. Porque eu a hei de abençoar e te hei de dar a ti dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela.

17. Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos?

18. E disse Abraão a Deus: Tomara que viva Ismael diante de teu rosto!

19. E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele.

20. E, quanto a Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação.

21. O meu concerto, porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte.

22. E acabou de falar com ele e subiu Deus de Abraão.

23. Então, tomou Abraão a seu filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa, e a todos os comprados por seu dinheiro, todo macho entre os homens da casa de Abraão; e circuncidou a carne do seu prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus falara com ele.

24. E era Abraão da idade de noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio.

25. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio.

26. Neste mesmo dia, foi circuncidado Abraão e Ismael, seu filho.

27. E todos os homens da sua casa, o nascido em casa e o comprado por dinheiro do estrangeiro, foram circuncidados com ele.

1. Depois, apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, quando tinha aquecido o dia.

2. E levantou os olhos e olhou, e eis três varões estavam em pé junto a ele. E, vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se à terra,

3. e disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.

4. Traga-se, agora, um pouco de água; e lavai os vossos pés e recostai-vos debaixo desta árvore;

5. e trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois, passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim, faze como tens dito.

6. E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze bolos.

7. E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la.

8. E tomou manteiga e leite e a vitela que tinha preparado e pôs tudo diante deles; e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram.

9. E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la, aí está na tenda.

10. E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara, tua mulher, terá um filho. E ouviu-o Sara à porta da tenda, que estava atrás dele.

11. E eram Abraão e Sara já velhos e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.

12. Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?

13. E disse o SENHOR a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Na verdade, gerarei eu ainda, havendo já envelhecido?

14. Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho.

15. E Sara negou, dizendo: Não me ri, porquanto temeu. E ele disse: Não digas isso, porque te riste.

16. E levantaram-se aqueles varões dali e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os.

17. E disse o SENHOR: Ocultarei eu a Abraão o que faço,

18. visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?

19. Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agirem com justiça e juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.

20. Disse mais o SENHOR: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito,

21. descerei agora e verei se, com efeito, têm praticado segundo este clamor que é vindo até mim; e, se não, sabê-lo-ei.

22. Então, viraram aqueles varões o rosto dali e foram-se para Sodoma; mas Abraão ficou ainda em pé diante da face do SENHOR.

23. E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio?

24. Se, porventura, houver cinqüenta justos na cidade, destruí-los-ás também e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela?

25. Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?

26. Então, disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por amor deles.

27. E respondeu Abraão, dizendo: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.

28. Se, porventura, faltarem de cinqüenta justos cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco.

29. E continuou ainda a falar-lhe e disse: Se, porventura, acharem ali quarenta? E disse: Não o farei, por amor dos quarenta.

30. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: se, porventura, se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta.

31. E disse: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor: se, porventura, se acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei, por amor dos vinte.

32. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez.

33. E foi-se o SENHOR, quando acabou de falar a Abraão; e Abraão tornou ao seu lugar.

1. E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e, vendo-os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto à terra.

2. E disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os vossos pés; e de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. E eles disseram: Não! Antes, na rua passaremos a noite.

3. E porfiou com eles muito, e vieram com ele e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete e cozeu bolos sem levedura, e comeram.

4. E, antes que se deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros.

5. E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos.

6. Então, saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si,

7. e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal.

8. Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado.

9. Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Como estrangeiro, este indivíduo veio aqui habitar e quereria ser juiz em tudo? Agora, te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o varão, sobre Ló, e aproximaram-se para arrombar a porta.

10. Aqueles varões, porém, estenderam a sua mão, e fizeram entrar a Ló consigo na casa, e fecharam a porta;

11. e feriram de cegueira os varões que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta.

12. Então, disseram aqueles varões a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar;

13. pois nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado diante da face do SENHOR, e o SENHOR nos enviou a destruí-lo.

14. Então, saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos; saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade. Foi tido, porém, por zombador aos olhos de seus genros.

15. E, ao amanhecer, os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade.

16. Ele, porém, demorava-se, e aqueles varões lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua mulher, e pela mão de suas duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade.

17. E aconteceu que, tirando-os fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças.

18. E Ló disse-lhe: Assim, não, Senhor!

19. Eis que, agora, o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar a minha alma em vida; mas não posso escapar no monte, pois que tenho medo que me apanhe este mal, e eu morra.

20. Eis, agora, aquela cidade está perto, para fugir para lá, e é pequena; ora, para ali me escaparei ( não é pequena? ), para que minha alma viva.

21. E disse-lhe: Eis aqui, tenho-te aceitado também neste negócio, para não derribar esta cidade de que falaste.

22. Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso, se chamou o nome da cidade Zoar.

23. Saiu o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar.

24. Então, o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra.

25. E derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra.

26. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.

27. E Abraão levantou-se aquela mesma manhã de madrugada e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do SENHOR.

28. E olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina; e viu, e eis que a fumaça da terra subia, como a fumaça duma fornalha.

29. E aconteceu que, destruindo Deus as cidades da campina, Deus se lembrou de Abraão e tirou Ló do meio da destruição, derribando aquelas cidades em que Ló habitara.

30. E subiu Ló de Zoar e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele, porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas.

31. Então, a primogênita disse à menor: Nosso pai é já velho, e não há varão na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra.

32. Vem, demos a beber vinho a nosso pai e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos semente de nosso pai.

33. E deram a beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.

34. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe a beber vinho também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos semente de nosso pai.

35. E deram a beber vinho a seu pai, também naquela noite; e levantou-se a menor e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.

36. E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai.

37. E teve a primogênita um filho e chamou o seu nome Moabe; este é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje.

38. E a menor também teve um filho e chamou o seu nome Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom, até o dia de hoje.

1. E partiu Abraão dali para a terra do Sul e habitou entre Cades e Sur; e peregrinou em Gerar.

2. E, havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É minha irmã, enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sara.

3. Deus, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e disse-lhe: Eis que morto és por causa da mulher que tomaste; porque ela está casada com marido.

4. Mas Abimeleque ainda não se tinha chegado a ela; por isso, disse: Senhor, matarás também uma nação justa?

5. Não me disse ele mesmo: É minha irmã? E ela também disse: É meu irmão. Em sinceridade do coração e em pureza das minhas mãos, tenho feito isto.

6. E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso, te não permiti tocá-la.

7. Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido, porque profeta é e rogará por ti, para que vivas; porém, se não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.

8. E levantou-se Abimeleque pela manhã, de madrugada, chamou todos os seus servos e falou todas estas palavras em seus ouvidos; e temeram muito aqueles varões.

9. Então, chamou Abimeleque a Abraão e disse-lhe: Que nos fizeste? E em que pequei contra ti, para trazeres sobre mim e meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste aquilo que não deverias ter feito.

10. Disse mais Abimeleque a Abraão: Que tens visto, para fazeres tal coisa?

11. E disse Abraão: Porque eu dizia comigo: Certamente não há temor de Deus neste lugar, e eles me matarão por amor da minha mulher.

12. E, na verdade, é ela também minha irmã, filha de meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher.

13. E aconteceu que, fazendo-me Deus sair errante da casa de meu pai, eu lhe disse: Seja esta a graça que me farás em todo o lugar aonde viermos: dize de mim: É meu irmão.

14. Então, tomou Abimeleque ovelhas, e vacas, e servos, e servas e os deu a Abraão; e restituiu-lhe Sara, sua mulher.

15. E disse Abimeleque: Eis que a minha terra está diante da tua face; habita onde bom for aos teus olhos.

16. E a Sara disse: Vês que tenho dado ao teu irmão mil moedas de prata; eis que elas te sejam por véu dos olhos para com todos os que contigo estão e até para com todos os outros; e estás advertida.

17. E orou Abraão a Deus, e sarou Deus a Abimeleque, e a sua mulher, e as suas servas, de maneira que tiveram filhos;

18. porque o SENHOR havia fechado totalmente todas as madres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão.

1. E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado.

2. E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito.

3. E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.

4. E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado.

5. E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.

6. E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.

7. Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?

8. E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.

9. E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava.

10. E disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque.

11. E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.

12. Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente.

13. Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.

14. Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e tomou pão e um odre de água, e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela foi-se, andando errante no deserto de Berseba.

15. E, consumida a água do odre, lançou o menino debaixo de uma das árvores.

16. E foi-se e assentou-se em frente, afastando-se a distância de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. E assentou-se em frente, e levantou a sua voz, e chorou.

17. E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o Anjo de Deus a Agar desde os céus e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do rapaz desde o lugar onde está.

18. Ergue-te, levanta o moço e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação.

19. E abriu-lhe Deus os olhos; e viu um poço de água, e foi-se, e encheu o odre de água, e deu de beber ao moço.

20. E era Deus com o moço, que cresceu, e habitou no deserto, e foi flecheiro.

21. E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe mulher da terra do Egito.

22. E aconteceu, naquele mesmo tempo, que Abimeleque, com Ficol, príncipe do seu exército, falou com Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes;

23. agora, pois, jura-me aqui por Deus que me não mentirás a mim, nem a meu filho, nem a meu neto; segundo a beneficência que te fiz, me farás a mim e à terra onde peregrinaste.

24. E disse Abraão: Eu jurarei.

25. Abraão, porém, repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água que os servos de Abimeleque haviam tomado por força.

26. Então, disse Abimeleque: Eu não sei quem fez isto; e também tu mo não fizeste saber, nem eu o ouvi senão hoje.

27. E tomou Abraão ovelhas e vacas e deu-as a Abimeleque; e fizeram ambos concerto.

28. Pôs Abraão, porém, à parte sete cordeiras do rebanho.

29. E Abimeleque disse a Abraão: Para que estão aqui estas sete cordeiras, que puseste à parte?

30. E disse: Tomarás estas sete cordeiras de minha mão, para que sejam em testemunho que eu cavei este poço.

31. Por isso, se chamou aquele lugar Berseba, porquanto ambos juraram ali.

32. Assim, fizeram concerto em Berseba. Depois, se levantou Abimeleque e Ficol, príncipe do seu exército, e tornaram para a terra dos filisteus.

33. E plantou um bosque em Berseba e invocou lá o nome do SENHOR, Deus eterno.

34. E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos dias.

1. E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.

2. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.

3. Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.

4. Ao terceiro dia, levantou Abraão os seus olhos e viu o lugar de longe.

5. E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós.

6. E tomou Abraão a lenha do holocausto e pô-la sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão. E foram ambos juntos.

7. Então, falou Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?

8. E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos.

9. E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.

10. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho.

11. Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.

12. Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único.

13. Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.

14. E chamou Abraão o nome daquele lugar o SENHOR proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.

15. Então, o Anjo do SENHOR bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus

16. e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único,

17. que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos.

18. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.

19. Então, Abraão tornou aos seus moços, e levantaram-se e foram juntos para Berseba; e Abraão habitou em Berseba.

20. E sucedeu, depois destas coisas, que anunciaram a Abraão, dizendo: Eis que também Milca deu filhos a Naor, teu irmão:

21. Uz, o seu primogênito, e Buz, seu irmão, e Quemuel, pai de Arã,

22. e Quésede, e Hazo, e Pildas, e Jidlafe, e Betuel.

23. E Betuel gerou Rebeca. Estes oito deu Milca a Naor, irmão de Abraão.

24. E a sua concubina, cujo nome era Reumá, lhe deu também Teba, e Gaã, e Taás, e Maaca.

1. E foi a vida de Sara cento e vinte e sete anos; estes foram os anos da vida de Sara.

2. E morreu Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; e veio Abraão lamentar a Sara e chorar por ela.

3. Depois, se levantou Abraão de diante do seu morto e falou aos filhos de Hete, dizendo:

4. Estrangeiro e peregrino sou entre vós; dai-me possessão de sepultura convosco, para que eu sepulte o meu morto de diante da minha face.

5. E responderam os filhos de Hete a Abraão, dizendo-lhe:

6. Ouve-nos, meu senhor: príncipe de Deus és no meio de nós; enterra o teu morto na mais escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para enterrares o teu morto.

7. Então, se levantou Abraão e inclinou-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete.

8. E falou com eles, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante de minha face, ouvi-me e falai por mim a Efrom, filho de Zoar.

9. Que ele me dê a cova de Macpela, que tem no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepulcro no meio de vós.

10. Ora, Efrom estava no meio dos filhos de Hete; e respondeu Efrom, heteu, a Abraão, aos ouvidos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo:

11. Não, meu senhor; ouve-me: o campo te dou, também te dou a cova que nele está; diante dos olhos dos filhos do meu povo ta dou; sepulta o teu morto.

12. Então, Abraão se inclinou diante da face do povo da terra

13. e falou a Efrom, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Mas, se tu estás por isto, ouve-me, peço-te: o preço do campo o darei; toma-o de mim, e sepultarei ali o meu morto.

14. E respondeu Efrom a Abraão, dizendo-lhe:

15. Meu senhor, ouve-me: a terra é de quatrocentos siclos de prata; que é isto entre mim e ti? Sepulta o teu morto.

16. E Abraão deu ouvidos a Efrom e Abraão pesou a Efrom a prata de que tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, correntes entre mercadores.

17. Assim, o campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a cova que nele estava, e todo o arvoredo que no campo havia, que estava em todo o seu contorno ao redor,

18. se confirmaram a Abraão em possessão diante dos olhos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade.

19. E, depois, sepultou Abraão a Sara, sua mulher, na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.

20. Assim, o campo e a cova que nele estava se confirmaram a Abraão, em possessão de sepultura pelos filhos de Hete.

1. E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o SENHOR havia abençoado a Abraão em tudo.

2. E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa,

3. para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito,

4. mas que irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque.

5. E disse-lhe o servo: Porventura não quererá seguir-me a mulher a esta terra. Farei, pois, tornar o teu filho à terra de onde saíste?

6. E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho.

7. O SENHOR, Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra, ele enviará o seu Anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho.

8. Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento; somente não faças lá tornar a meu filho.

9. Então, pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão, seu senhor, e jurou-lhe sobre este negócio.

10. E o servo tomou dez camelos, dos camelos do seu senhor, e partiu, pois que toda a fazenda de seu senhor estava em sua mão; e levantou-se e partiu para a Mesopotâmia, para a cidade de Naor.

11. E fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto a um poço de água, pela tarde, ao tempo em que as moças saíam a tirar água.

12. E disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, dá-me, hoje, bom encontro e faze beneficência ao meu senhor Abraão!

13. Eis que eu estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água;

14. Seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque; e que eu conheça nisso que fizeste beneficência a meu senhor.

15. E sucedeu que, antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, que havia nascido a Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o seu ombro.

16. E a donzela era mui formosa à vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; e desceu à fonte, e encheu o seu cântaro, e subiu.

17. Então, o servo correu-lhe ao encontro e disse: Ora, deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro.

18. E ela disse: Bebe, meu senhor. E apressou-se, e abaixou o seu cântaro sobre a sua mão, e deu-lhe de beber.

19. E, acabando ela de lhe dar de beber, disse: Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de beber.

20. E apressou-se, e vazou o seu cântaro na pia, e correu outra vez ao poço para tirar água, e tirou para todos os seus camelos.

21. E o varão estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o SENHOR havia prosperado a sua jornada ou não.

22. E aconteceu que, acabando os camelos de beber, tomou o varão um pendente de ouro de meio siclo de peso e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro,

23. e disse: De quem és filha? Faze-mo saber, peço-te; há também em casa de teu pai lugar para nós pousarmos?

24. E ela disse: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor.

25. Disse-lhe mais: Também temos palha, e muito pasto, e lugar para passar a noite.

26. Então, inclinou-se aquele varão, e adorou ao SENHOR,

27. e disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a sua beneficência e a sua verdade de meu senhor; quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor.

28. E a donzela correu e fez saber estas coisas na casa de sua mãe.

29. E Rebeca tinha um irmão cujo nome era Labão; e Labão correu ao encontro daquele varão à fonte.

30. E aconteceu que, quando ele viu o pendente e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã e quando ouviu as palavras de sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele varão, veio ao varão, e eis que estava em pé junto aos camelos, junto à fonte.

31. E disse: Entra, bendito do SENHOR, por que estarás fora? Pois eu já preparei a casa e o lugar para os camelos.

32. Então, veio aquele varão à casa, e desataram os camelos e deram palha e pasto aos camelos e água para lavar os pés dele e os pés dos varões que estavam com ele.

33. Depois, puseram de comer diante dele. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha dito as minhas palavras. E ele disse: Fala.

34. Então, disse: Eu sou o servo de Abraão.

35. O SENHOR abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido; e deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos.

36. E Sara, a mulher do meu senhor, gerou um filho a meu senhor depois da sua velhice; e ele deu-lhe tudo quanto tem.

37. E meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito;

38. irás, porém, à casa de meu pai e à minha família e tomarás mulher para meu filho.

39. Então, disse eu ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher.

40. E ele me disse: O SENHOR, em cuja presença tenho andado, enviará o seu Anjo contigo e prosperará o teu caminho, para que tomes mulher para meu filho da minha família e da casa de meu pai.

41. Então, serás livre do meu juramento, quando fores à minha família; e, se não ta derem, livre serás do meu juramento.

42. E hoje cheguei à fonte e disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, se tu, agora, prosperas o meu caminho, no qual eu ando,

43. eis que estou junto à fonte de água; seja, pois, que a donzela que sair para tirar água e à qual eu disser: Ora, dá-me um pouco de água do teu cântaro,

44. e ela me disser: Bebe tu também e também tirarei água para os teus camelos, esta seja a mulher que o SENHOR designou ao filho de meu senhor.

45. E, antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com seu cântaro sobre o seu ombro, e desceu à fonte, e tirou água; e eu lhe disse: Ora, dá-me de beber.

46. E ela se apressou, e abaixou o seu cântaro de sobre si, e disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; e bebi, e ela deu também de beber aos camelos.

47. Então, lhe perguntei e disse: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que lhe gerou Milca. Então, eu pus o pendente no seu rosto e as pulseiras sobre as suas mãos.

48. E, inclinando-me, adorei ao SENHOR e bendisse ao SENHOR, Deus do meu senhor Abraão, que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha do irmão de meu senhor para seu filho.

49. Agora, pois, se vós haveis de mostrar beneficência e verdade a meu senhor, fazei-mo saber; e, se não, também mo fazei saber, para que eu olhe à mão direita ou à esquerda.

50. Então, responderam Labão e Betuel e disseram: Do SENHOR procedeu este negócio; não podemos falar-te mal ou bem.

51. Eis que Rebeca está diante da tua face; toma-a e vai-te; seja a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o SENHOR.

52. E aconteceu que o servo de Abraão, ouvindo as suas palavras, inclinou-se à terra diante do SENHOR;

53. e tirou o servo vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas a seu irmão e a sua mãe.

54. Então, comeram, e beberam, ele e os varões que com ele estavam, e passaram a noite. E levantaram-se pela manhã, e disse: Deixai-me ir a meu senhor.

55. Então, disseram seu irmão e sua mãe: Fique a donzela conosco alguns dias ou pelo menos dez dias; e depois irá.

56. Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR tem prosperado o meu caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.

57. E disseram: Chamemos a donzela e perguntemos-lho.

58. E chamaram Rebeca e disseram-lhe: Irás tu com este varão? Ela respondeu: Irei.

59. Então, despediram Rebeca, sua irmã, e a sua ama, e o servo de Abraão, e os seus varões.

60. E abençoaram Rebeca e disseram-lhe: Ó nossa irmã, sejas tu em milhares de milhares, e que a tua semente possua a porta de seus aborrecedores!

61. E Rebeca se levantou com as suas moças, e subiram sobre os camelos e seguiram o varão; e tomou aquele servo a Rebeca e partiu.

62. Ora, Isaque vinha do caminho do poço de Laai-Roi, porque habitava na terra do Sul.

63. E Isaque saíra a orar no campo, sobre a tarde; e levantou os olhos, e olhou e eis que os camelos vinham.

64. Rebeca também levantou os olhos, e viu a Isaque, e lançou-se do camelo,

65. e disse ao servo: Quem é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então, tomou ela o véu e cobriu-se.

66. E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera.

67. E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe, Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.

1. E Abraão tomou outra mulher; o seu nome era Quetura.

2. E gerou-lhe Zinrã, e Jocsã, e Medã, e Midiã, e Isbaque, e Suá.

3. E Jocsã gerou a Seba e a Dedã; e os filhos de Dedã foram Assurim, e Letusim, e Leumim.

4. E os filhos de Midiã foram Efá, e Efer, e Enoque, e Abida, e Elda; estes todos foram filhos de Quetura.

5. Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque.

6. Mas, aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes e, vivendo ele ainda, despediu-os do seu filho Isaque, ao Oriente, para a terra oriental.

7. Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que viveu cento e setenta e cinco anos.

8. E Abraão expirou e morreu em boa velhice, velho e farto de dias; e foi congregado ao seu povo.

9. E sepultaram-no Isaque e Ismael, seus filhos, na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, heteu, que estava em frente de Manre,

10. o campo que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali está sepultado Abraão e Sara, sua mulher.

11. E aconteceu, depois da morte de Abraão, que Deus abençoou a Isaque, seu filho; e habitava Isaque junto ao poço Laai-Roi.

12. Estas, porém, são as gerações de Ismael, filho de Abraão, que a serva de Sara, Agar, egípcia, deu a Abraão.

13. E estes são os nomes dos filhos de Ismael pelos seus nomes, segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael era Nebaiote, depois Quedar, e Abdeel, e Mibsão,

14. e Misma, e Dumá, e Massá,

15. e Hadade, e Tema, e Jetur, e Nafis, e Quedemá.

16. Estes são os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus castelos: doze príncipes segundo as suas famílias.

17. E estes são os anos da vida de Ismael, que viveu cento e trinta e sete anos; e ele expirou, e morreu, e foi congregado ao seu povo.

18. E habitaram desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, indo para Assur; e Ismael fez o seu assento diante da face de todos os seus irmãos.

19. E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;

20. e era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu, por sua mulher.

21. E Isaque orou instantemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.

22. E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao SENHOR.

23. E o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

24. E, cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre.

25. E saiu o primeiro, ruivo e todo como uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú.

26. E, depois, saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.

27. E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas.

28. E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.

29. E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado.

30. E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom.

31. Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura.

32. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?

33. Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.

34. E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.

1. E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso, foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar.

2. E apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Habita na terra que eu te disser;

3. peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai.

4. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra,

5. porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.

6. Assim, habitou Isaque em Gerar.

7. E, perguntando-lhe os varões daquele lugar acerca de sua mulher, disse: É minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura ( dizia ele ) me não matem os varões daquele lugar por amor de Rebeca; porque era formosa à vista.

8. E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca, sua mulher.

9. Então, chamou Abimeleque a Isaque e disse: Eis que, na verdade, é tua mulher; como, pois, disseste: É minha irmã? E disse-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa dela.

10. E disse Abimeleque: Que é isto que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com a tua mulher, e tu terias trazido sobre nós um delito.

11. E mandou Abimeleque a todo o povo, dizendo: Qualquer que tocar neste varão ou em sua mulher certamente morrerá.

12. E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava.

13. E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande;

14. e tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam.

15. E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de terra.

16. Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.

17. Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá.

18. E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.

19. Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas.

20. E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele.

21. Então, cavaram outro poço e também porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna.

22. E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e crescemos nesta terra.

23. Depois, subiu dali a Berseba,

24. e apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo.

25. Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.

26. E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Ausate, seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército.

27. E disse-lhe Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me aborreceis e me enviastes de vós?

28. E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo; pelo que dissemos: Haja, agora, juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos concerto contigo.

29. Que nos não faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora, tu és o bendito do SENHOR.

30. Então, lhes fez um banquete, e comeram e beberam.

31. E levantaram-se de madrugada e juraram um ao outro; depois, os despediu Isaque, e despediram-se dele, em paz.

32. E aconteceu, naquele mesmo dia, que vieram os servos de Isaque, e anunciaram-lhe acerca do negócio do poço, que tinham cavado, e disseram-lhe: Temos achado água.

33. E chamou-o Seba. Por isso, é o nome daquela cidade Berseba até o dia de hoje.

34. Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.

35. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.

1. E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! E ele lhe disse: Eis-me aqui!

2. E ele disse: Eis que já agora estou velho e não sei o dia da minha morte.

3. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça,

4. e faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma, e para que minha alma te abençoe, antes que morra.

5. E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú; e foi-se Esaú ao campo, para apanhar caça que havia de trazer.

6. Então, falou Rebeca a Jacó, seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú, teu irmão, dizendo:

7. Traze-me caça e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma e te abençoe diante da face do SENHOR, antes da minha morte.

8. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando.

9. Vai, agora, ao rebanho e traze-me de lá dois bons cabritos; e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta;

10. e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma e para que te abençoe antes da sua morte.

11. Então, disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é varão cabeludo, e eu, varão liso.

12. Porventura, me apalpará o meu pai, e serei, a seus olhos, enganador; assim, trarei eu sobre mim maldição e não bênção.

13. E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, e traze-mos.

14. E foi, e tomou-os, e trouxe-os à sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pai gostava.

15. Depois, tomou Rebeca as vestes de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor.

16. E, com as peles dos cabritos, cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço

17. e deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado na mão de Jacó, seu filho.

18. E veio ele a seu pai e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui. Quem és tu, meu filho?

19. E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito. Tenho feito como me disseste. Levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe.

20. Então, disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o SENHOR, teu Deus, a mandou ao meu encontro.

21. E disse Isaque a Jacó: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo ou não.

22. Então, se chegou Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.

23. E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú, seu irmão. E abençoou-o.

24. E disse: És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou.

25. Então, disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lho, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu.

26. E disse-lhe Isaque, seu pai: Ora, chega-te e beija-me, filho meu.

27. E chegou-se e beijou-o. Então, cheirou o cheiro das suas vestes, e abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o SENHOR abençoou.

28. Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto.

29. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.

30. E aconteceu que, acabando Isaque de abençoar a Jacó, apenas Jacó acabava de sair da face de Isaque, seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça.

31. E fez também ele um guisado saboroso, e trouxe-o a seu pai, e disse a seu pai: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma.

32. E disse-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu primogênito, Esaú.

33. Então, estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o; também será bendito.

34. Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai.

35. E ele disse: Veio o teu irmão com sutileza e tomou a tua bênção.

36. Então, disse ele: Não foi o seu nome justamente chamado Jacó? Por isso, que já duas vezes me enganou: a minha primogenitura me tomou e eis que agora me tomou a minha bênção. E disse mais: Não reservaste, pois, para mim bênção alguma?

37. Então, respondeu Isaque e disse a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?

38. E disse Esaú a seu pai: Tens uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz e chorou.

39. Então, respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e sem orvalho dos céus.

40. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então, sacudirás o seu jugo do teu pescoço.

41. E aborreceu Esaú a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão.

42. E foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; e ela enviou, e chamou a Jacó, seu filho menor, e disse-lhe: Eis que Esaú, teu irmão, se consola a teu respeito, propondo-se matar-te.

43. Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz: levanta-te e acolhe-te a Labão, meu irmão, em Harã;

44. e mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão,

45. até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?

46. E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher das filhas de Hete, como estas são das filhas desta terra, para que me será a vida?

1. E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã.

2. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe.

3. E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos;

4. e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão.

5. Assim, enviou Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.

6. Vendo, pois, Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar mulher para si dali, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaã;

7. e que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe e se fora a Padã-Arã;

8. vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque, seu pai,

9. foi-se Esaú a Ismael e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nebaiote.

10. Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã.

11. E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar.

12. E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.

13. E eis que o SENHOR estava em cima dela e disse: Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente.

14. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra.

15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.

16. Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.

17. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus.

18. Então, levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela.

19. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém, daquela cidade, dantes, era Luz.

20. E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir,

21. e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus;

22. e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.

1. Então, pôs-se Jacó a pé e foi-se à terra dos filhos do Oriente.

2. E olhou, e eis um poço no campo, e eis três rebanhos de ovelhas que estavam deitados junto a ele; porque daquele poço davam de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.

3. E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas, e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar.

4. E disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos de Harã.

5. E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos.

6. Disse-lhes mais: Está ele bem? E disseram: Está bem, e eis aqui Raquel, sua filha, que vem com as ovelhas.

7. E ele disse: Eis que ainda é muito dia, não é tempo de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide, e apascentai-as.

8. E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às ovelhas.

9. Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora.

10. E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço, e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.

11. E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz, e chorou.

12. E Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai e que era filho de Rebeca. Então, ela correu e o anunciou a seu pai.

13. E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa. E contou ele a Labão todas estas coisas.

14. Então, Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro.

15. Depois, disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.

16. E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o nome da menor, Raquel.

17. Léia, porém, tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.

18. E Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor.

19. Então, disse Labão: Melhor é que eu ta dê do que a dê a outro varão; fica comigo.

20. Assim, serviu Jacó sete anos por Raquel; e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava.

21. E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu entre a ela.

22. Então, ajuntou Labão todos os varões daquele lugar e fez um banquete.

23. E aconteceu, à tarde, que tomou Léia, sua filha, e trouxe-lha. E entrou a ela.

24. E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha.

25. E aconteceu pela manhã ver que era Léia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que, pois, me enganaste?

26. E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita.

27. Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos servires comigo.

28. E Jacó fez assim e cumpriu a semana desta; então, lhe deu por mulher Raquel, sua filha.

29. E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha.

30. E entrou também a Raquel e amou também a Raquel mais do que a Léia; e serviu com ele ainda outros sete anos.

31. Vendo, pois, o SENHOR que Léia era aborrecida, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.

32. E concebeu Léia, e teve um filho, e chamou o seu nome Rúben, dizendo: Porque o SENHOR atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará o meu marido.

33. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR ouviu que eu era aborrecida, me deu também este; e chamou o seu nome Simeão.

34. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Agora, esta vez se ajuntará meu marido comigo, porque três filhos lhe tenho dado; por isso, chamou o seu nome Levi.

35. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR. Por isso, chamou o seu nome Judá; e cessou de ter filhos.

1. Vendo, pois, Raquel que não dava filhos a Jacó, teve Raquel inveja de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morro.

2. Então, se acendeu a ira de Jacó contra Raquel e disse: Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?

3. E ela disse: Eis aqui minha serva Bila; entra a ela, para que tenha filhos sobre os meus joelhos, e eu assim receba filhos por ela.

4. Assim, lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó entrou a ela.

5. E concebeu Bila e deu a Jacó um filho.

6. Então, disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome Dã.

7. E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez e deu a Jacó o segundo filho.

8. Então, disse Raquel: Com lutas de Deus, tenho lutado com minha irmã e também venci; e chamou o seu nome Naftali.

9. Vendo, pois, Léia que cessava de gerar, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó por mulher.

10. E deu Zilpa, serva de Léia, um filho a Jacó.

11. Então, disse Léia: Vem uma turba; e chamou o seu nome de Gade.

12. Depois, deu Zilpa, serva de Léia, um segundo filho a Jacó.

13. Então, disse Léia: Para minha ventura, porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou o seu nome Aser.

14. E foi Rúben, nos dias da sega do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Léia, sua mãe. Então, disse Raquel a Léia: Ora, dá-me das mandrágoras do teu filho.

15. E ela lhe disse: É já pouco que hajas tomado o meu marido? Tomarás também as mandrágoras do meu filho? Então, disse Raquel: Por isso, se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.

16. Vindo, pois, Jacó, à tarde, do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse: A mim entrarás, porque certamente te aluguei com as mandrágoras do meu filho. E deitou-se com ela aquela noite.

17. E ouviu Deus a Léia, e concebeu e teve um quinto filho.

18. Então, disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou o seu nome Issacar.

19. E Léia concebeu outra vez e deu a Jacó um sexto filho.

20. E disse Léia: Deus me deu a mim uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou o seu nome Zebulom.

21. E, depois, teve uma filha e chamou o seu nome Diná.

22. E lembrou-se Deus de Raquel, e Deus a ouviu, e abriu a sua madre.

23. E ela concebeu, e teve um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha.

24. E chamou o seu nome José, dizendo: O SENHOR me acrescente outro filho.

25. E aconteceu que, quando Raquel teve a José, disse Jacó a Labão: Deixa-me ir; que me vá ao meu lugar e à minha terra.

26. Dá-me os meus filhos e as minhas mulheres, pelas quais te tenho servido, e ir-me-ei; pois tu sabes o meu serviço, que te tenho feito.

27. Então, lhe disse Labão: Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti.

28. E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei.

29. Então, lhe disse: Tu sabes como te tenho servido e como passou o teu gado comigo.

30. Porque o pouco que tinhas antes de mim é aumentado até uma multidão; e o SENHOR te tem abençoado por meu trabalho. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa?

31. E disse ele: Que te darei? Então, disse Jacó: Nada me darás; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho, se me fizeres isto:

32. passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e o que é malhado e salpicado entre as cabras; e isto será o meu salário.

33. Assim, testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros ser-me-á por furto.

34. Então, disse Labão: Tomara que seja conforme a tua palavra.

35. E separou, naquele mesmo dia, os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que havia brancura e todo o moreno entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos.

36. E pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o resto dos rebanhos de Labão.

37. Então, tomou Jacó varas verdes de álamo, e de aveleira, e de castanheiro e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia,

38. e pôs estas varas, que tinha descascado, em frente do rebanho, nos canos e nas pias de água, aonde o rebanho vinha a beber, e conceberam vindo a beber.

39. E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.

40. Então, separou Jacó os cordeiros e pôs as faces do rebanho para os listrados e todo moreno entre o rebanho de Labão; e pôs o seu rebanho à parte e não o pôs com o rebanho de Labão.

41. E sucedia que, cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas diante dos olhos do rebanho nos canos, para que concebessem diante das varas.

42. Mas, quando enfraqueceu o rebanho, não as pôs. Assim, as fracas eram de Labão, e as fortes, de Jacó.

43. E cresceu o varão em grande maneira; e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos, e jumentos.

1. Então, ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória.

2. Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como dantes.

3. E disse o SENHOR a Jacó: Torna à terra dos teus pais e à tua parentela, e eu serei contigo.

4. Então, enviou Jacó e chamou a Raquel e a Léia ao campo, ao seu rebanho.

5. E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai para comigo não é como anteriormente; porém o Deus de meu pai esteve comigo.

6. E vós mesmas sabeis que, com todo o meu poder, tenho servido a vosso pai;

7. mas vosso pai me enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal.

8. Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam salpicados. E, quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam listrados.

9. Assim, Deus tirou o gado de vosso pai e mo deu a mim.

10. E sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, eu levantei os meus olhos e vi em sonhos que os bodes que cobriam as ovelhas eram listrados, salpicados e malhados.

11. E disse-me o Anjo de Deus, em sonhos: Jacó! E eu disse: Eis-me aqui.

12. E disse ele: Levanta, agora, os teus olhos e vê que todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te fez.

13. Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde me tens feito o voto; levanta-te agora, sai-te desta terra e torna-te à terra da tua parentela.

14. Então, responderam Raquel e Léia e disseram-lhe: Há ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai?

15. Não nos considera ele como estranhas? Pois vendeu-nos e comeu todo o nosso dinheiro.

16. Porque toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te tem dito.

17. Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos,

18. e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.

19. E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha.

20. E esquivou-se Jacó de Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia.

21. E fugiu ele com tudo o que tinha; e levantou-se, e passou o rio, e pôs o seu rosto para a montanha de Gileade.

22. E, no terceiro dia, foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido.

23. Então, tomou consigo os seus irmãos e atrás dele seguiu o seu caminho por sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade.

24. Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal.

25. Alcançou, pois, Labão a Jacó. E armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua na montanha de Gileade.

26. Então, disse Labão a Jacó: Que fizeste, que te esquivaste de mim e levaste as minhas filhas como cativas pela espada?

27. Por que fugiste ocultamente, e te esquivaste de mim, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril, e com harpa?

28. Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente, pois, agora andaste, fazendo assim.

29. Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal.

30. E agora, se te querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?

31. Então, respondeu Jacó e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia comigo se porventura me não arrebatarias as tuas filhas.

32. Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.

33. Então, entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Léia, e na tenda de ambas as servas e não os achou; e, saindo da tenda de Léia, entrou na tenda de Raquel.

34. Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda e não os achou.

35. E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos.

36. Então, irou-se Jacó e contendeu com Labão. E respondeu Jacó e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?

37. Havendo apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis da tua casa? Põe-no aqui diante dos meus irmãos e teus irmãos; e que julguem entre nós ambos.

38. Estes vinte anos eu estive contigo, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho.

39. Não te trouxe eu o despedaçado; eu o pagava; o furtado de dia e o furtado de noite da minha mão o requerias.

40. Estava eu de sorte que de dia me consumia o calor, e, de noite, a geada; e o meu sono foi-se dos meus olhos.

41. Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze te servi por tuas duas filhas e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes.

42. Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque, não fora comigo, por certo me enviarias agora vazio. Deus atendeu à minha aflição e ao trabalho das minhas mãos e repreendeu-te ontem à noite.

43. Então, respondeu Labão e disse a Jacó: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é o meu rebanho, e tudo o que vês meu é; e que farei, hoje, a estas minhas filhas ou aos filhos que tiveram?

44. Agora, pois, vem, e façamos concerto, eu e tu, que seja por testemunho entre mim e ti.

45. Então, tomou Jacó uma pedra e erigiu-a por coluna.

46. E disse Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão.

47. E chamou-lhe Labão Jegar-Saaduta; porém Jacó chamou-lhe Galeede.

48. Então, disse Labão: Este montão seja, hoje, por testemunha entre mim e ti; por isso, se chamou o seu nome Galeede

49. e Mispa, porquanto disse: Atente o SENHOR entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro.

50. Se afligires as minhas filhas e se tomares mulheres além das minhas filhas, mesmo que ninguém esteja conosco, atenta que Deus é testemunha entre mim e ti.

51. Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui esta coluna que levantei entre mim e ti.

52. Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha de que eu não passarei este montão para lá e que tu não passarás este montão e esta coluna para cá, para mal.

53. O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus de seu pai, julguem entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de Isaque, seu pai.

54. E sacrificou Jacó um sacrifício na montanha e convidou seus irmãos para comerem pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha.

55. E levantou-se Labão pela manhã, de madrugada, e beijou seus filhos e suas filhas, e abençoou-os; e partiu e voltou Labão ao seu lugar.

1. E foi também Jacó o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus.

2. E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército de Deus. E chamou o nome daquele lugar Maanaim.

3. E enviou Jacó mensageiros diante da sua face a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom.

4. E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão e me detive lá até agora.

5. E tenho bois, e jumentos, e ovelhas, e servos, e servas; e enviei para o anunciar a meu senhor, para que ache graça a teus olhos.

6. E os mensageiros tornaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e também ele vem a encontrar-te, e quatrocentos varões com ele.

7. Então, Jacó temeu muito e angustiou-se; e repartiu em dois bandos o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as vacas, e os camelos.

8. Porque dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, o outro bando escapará.

9. Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó SENHOR, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e far-te-ei bem;

10. menor sou eu que todas as beneficências e que toda a fidelidade que tiveste com teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão e, agora, me tornei em dois bandos.

11. Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque o temo, para que porventura não venha e me fira e a mãe com os filhos.

12. E tu o disseste: Certamente te farei bem e farei a tua semente como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar.

13. E passou ali aquela noite; e tomou, do que lhe veio à sua mão, um presente para seu irmão Esaú:

14. duzentas cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros;

15. trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez novilhos; vinte jumentas e dez jumentinhos.

16. E deu-o na mão dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse a seus servos: Passai adiante da minha face e ponde espaço entre rebanho e rebanho.

17. E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar e te perguntar, dizendo: De quem és, para onde vais, de quem são estes diante da tua face?

18. Então, dirás: São de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú; e eis que ele mesmo vem também atrás de nós.

19. E ordenou também ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás dos rebanhos, dizendo: Conforme esta mesma palavra, falareis a Esaú, quando o achardes.

20. E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Eu o aplacarei com o presente que vai diante de mim e, depois, verei a sua face; porventura aceitará a minha face.

21. Assim, passou o presente diante da sua face; ele, porém, passou aquela noite no arraial.

22. E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque.

23. E tomou-os e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha.

24. Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia.

25. E, vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa; e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele.

26. E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se me não abençoares.

27. E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó.

28. Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.

29. E Jacó lhe perguntou e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali.

30. E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.

31. E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa.

32. Por isso, os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre a juntura da coxa, até o dia de hoje, porquanto ele tocara a juntura da coxa de Jacó no nervo encolhido.

1. E levantou Jacó os olhos e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então, repartiu os filhos entre Léia, e Raquel, e as duas servas.

2. E pôs as servas e seus filhos na frente e a Léia e a seus filhos, atrás; porém a Raquel e José, os derradeiros.

3. E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão.

4. Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram.

5. Depois, levantou os seus olhos, e viu as mulheres e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo.

6. Então, chegaram as servas, elas e os seus filhos, e inclinaram-se.

7. E chegou também Léia com seus filhos, e inclinaram-se; e, depois, chegaram José e Raquel e inclinaram-se.

8. E disse Esaú: De que te serve todo este bando que tenho encontrado? E ele disse: Para achar graça aos olhos de meu senhor.

9. Mas Esaú disse: Eu tenho bastante, meu irmão; seja para ti o que tens.

10. Então, disse Jacó: Não! Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão, porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus; e tomaste contentamento em mim.

11. Toma, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente ma tem dado, e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que a tomou.

12. E disse: Caminhemos, e andemos; e eu partirei adiante de ti.

13. Porém ele lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá.

14. Ora, passe o meu senhor diante da face de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor, em Seir.

15. E Esaú disse: Deixarei logo contigo desta gente que está comigo. E ele disse: Para que é isso? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor.

16. Assim, tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir.

17. Jacó, porém, partiu para Sucote, e edificou para si uma casa, e fez cabanas para o seu gado; por isso, chamou o nome daquele lugar Sucote.

18. E chegou Jacó salvo à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando vinha de Padã-Arã; e fez o seu assento diante da cidade.

19. E comprou uma parte do campo, em que estendera a sua tenda, da mão dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro.

20. E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel.

1. E saiu Diná, filha de Léia, que esta dera a Jacó, a ver as filhas da terra.

2. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a.

3. E apegou-se a sua alma com Diná, filha de Jacó, e amou a moça, e falou afetuosamente à moça.

4. Falou também Siquém a Hamor, seu pai, dizendo: Toma-me esta por mulher.

5. Quando Jacó ouviu que fora contaminada Diná, sua filha, estavam os seus filhos no campo com o gado; e calou-se Jacó até que viessem.

6. E saiu Hamor, pai de Siquém, a Jacó, para falar com ele.

7. E vieram os filhos de Jacó do campo; e, ouvindo isso, entristeceram-se os varões e iraram-se muito, pois aquele fizera doidice em Israel, deitando-se com a filha de Jacó, o que não se devia fazer assim.

8. Então, falou Hamor com eles, dizendo: A alma de Siquém, meu filho, está namorada da vossa filha; dai-lha, peço-vos, por mulher.

9. Aparentai-vos conosco, dai-nos as vossas filhas e tomai as nossas filhas para vós;

10. e habitareis conosco; e a terra estará diante da vossa face; habitai, e negociai nela, e tomai possessão nela.

11. E disse Siquém ao pai dela e aos irmãos dela: Ache eu graça a vossos olhos e darei o que me disserdes.

12. Aumentai muito sobre mim o dote e a dádiva, e darei o que me disserdes; dai-me somente a moça por mulher.

13. Então, responderam os filhos de Jacó a Siquém e a Hamor, seu pai, enganosamente, e falaram, porquanto havia contaminado a Diná, sua irmã.

14. E disseram-lhes: Não podemos fazer isso, que déssemos a nossa irmã a um varão não-circuncidado; porque isso seria uma vergonha para nós.

15. Nisso, porém, consentiremos a vós: se fordes como nós, que se circuncide todo macho entre vós;

16. então, dar-vos-emos as nossas filhas, e tomaremos nós as vossas filhas, e habitaremos convosco, e seremos um só povo.

17. Mas, se não nos ouvirdes e não vos circuncidardes, tomaremos a nossa filha e ir-nos-emos.

18. E suas palavras foram boas aos olhos de Hamor e aos olhos de Siquém, filho de Hamor.

19. E não tardou o jovem em fazer isto; porque a filha de Jacó lhe agradava, e ele era o mais honrado de toda a casa de seu pai.

20. Vieram, pois, Hamor e Siquém, seu filho, à porta da sua cidade e falaram aos varões da sua cidade, dizendo:

21. Estes varões são pacíficos conosco; portanto, habitarão nesta terra e negociarão nela; eis que a terra é larga de espaço diante da sua face; tomaremos nós as suas filhas por mulheres e lhes daremos as nossas filhas.

22. Mas somente consentirão aqueles varões habitar conosco, para que sejamos um só povo, se todo macho entre nós se circuncidar, como eles são circuncidados.

23. O seu gado, e as suas possessões, e todos os seus animais não serão nossos? Consintamos somente com eles, e habitarão conosco.

24. E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo macho, de todos os que saíam pela porta da sua cidade.

25. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todo macho.

26. Mataram também a fio de espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram Diná da casa de Siquém e saíram.

27. Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade, porquanto haviam contaminado a sua irmã.

28. As suas ovelhas, e as suas vacas, e os seus jumentos, e o que na cidade e o que no campo havia tomaram;

29. e toda a sua fazenda, e todos os seus meninos, e as suas mulheres levaram presos e despojaram-nos de tudo o que havia em casa.

30. Então, disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e ferezeus; sendo eu pouco povo em número, ajuntar-se-ão, e ficarei destruído, eu e minha casa.

31. E eles disseram: Faria, pois, ele a nossa irmã, como a uma prostituta?

1. Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão.

2. Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.

3. E levantemo-nos e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e que foi comigo no caminho que tenho andado.

4. Então, deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham em suas mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém.

5. E partiram; e o terror de Deus foi sobre as cidades que estavam ao redor deles, e não seguiram após os filhos de Jacó.

6. Assim, chegou Jacó a Luz, que está na terra de Canaã ( esta é Betel ), ele e todo o povo que com ele havia.

7. E edificou ali um altar e chamou aquele lugar El-Betel, porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado quando fugia diante da face de seu irmão.

8. E morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho cujo nome chamou Alom-Bacute.

9. E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o.

10. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou o seu nome Israel.

11. Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de ti.

12. E te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque e à tua semente depois de ti darei a terra.

13. E Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele.

14. E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação e deitou sobre ela azeite.

15. E chamou Jacó o nome daquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel.

16. Partiram de Betel, e, havendo ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, teve um filho Raquel e teve trabalho em seu parto.

17. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás.

18. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma ( porque morreu ), chamou o seu nome Benoni; mas seu pai o chamou Benjamim.

19. Assim, morreu Raquel e foi sepultada no caminho de Efrata; esta é Belém.

20. E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje.

21. Então, partiu Israel e estendeu a sua tenda além de Migdal-Éder.

22. E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel soube-o. E eram doze os filhos de Jacó:

23. os filhos de Léia: Rúben, o primogênito de Jacó, depois Simeão e Levi, Judá, Issacar e Zebulom;

24. os filhos de Raquel: José e Benjamim;

25. os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali;

26. os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã.

27. E Jacó veio a Isaque, seu pai, a Manre, a Quiriate-Arba ( que é Hebrom ), onde peregrinaram Abraão e Isaque.

28. E foram os dias de Isaque cento e oitenta anos.

29. E Isaque expirou, e morreu, e foi recolhido aos seus povos, velho e farto de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.

1. E estas são as gerações de Esaú ( que é Edom ).

2. Esaú tomou suas mulheres das filhas de Canaã: Ada, filha de Elom, heteu; Oolibama, filha de Aná, filho de Zibeão, heveu;

3. e Basemate, filha de Ismael, irmã de Nebaiote.

4. E Ada teve de Esaú a Elifaz; e Basemate teve a Reuel;

5. e Oolibama teve a Jeús, e Jalão, e Corá; estes são os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaã.

6. E Esaú tomou suas mulheres, e seus filhos, e suas filhas, e todas as almas de sua casa, e seu gado, e todos os seus animais, e toda a sua fazenda, que havia adquirido na terra de Canaã; e foi-se a outra terra de diante da face de Jacó, seu irmão.

7. Porque a fazenda deles era muita para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar por causa de seu gado.

8. Portanto, Esaú habitou na montanha de Seir; Esaú é Edom.

9. Estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomitas, na montanha de Seir.

10. Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú.

11. E os filhos de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefô, Gaetã e Quenaz.

12. E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque; estes são os filhos de Ada, mulher de Esaú.

13. E estes foram os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá; estes foram os filhos de Basemate, mulher de Esaú.

14. E estes foram os filhos de Oolibama, filha de Aná, filho de Zibeão, mulher de Esaú; e deu a Esaú: Jeús, Jalão e Corá.

15. Estes são os príncipes dos filhos de Esaú; os filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú, foram: o príncipe Temã, o príncipe Omar, o príncipe Zefô, o príncipe Quenaz,

16. o príncipe Corá, o príncipe Gaetã, o príncipe Amaleque; estes são os príncipes de Elifaz, na terra de Edom; estes são os filhos de Ada.

17. E estes são os filhos de Reuel, filho de Esaú: o príncipe Naate, o príncipe Zerá, o príncipe Samá, o príncipe Mizá; estes são os príncipes de Reuel, na terra de Edom; estes são os filhos de Basemate, mulher de Esaú.

18. E estes são os filhos de Oolibama, mulher de Esaú: o príncipe Jeús, o príncipe Jalão, o príncipe Corá; estes são os príncipes de Oolibama, filha de Aná e mulher de Esaú.

19. Estes são os filhos de Esaú, e estes são seus príncipes; ele é Edom.

20. Estes são os filhos de Seir, horeu, moradores daquela terra: Lotã, Sobal, Zibeão, Aná,

21. Disom, Eser e Disã; estes são os príncipes dos horeus, filhos de Seir, na terra de Edom.

22. E os filhos de Lotã foram: Hori e Homã; e a irmã de Lotã era Timna.

23. Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onã.

24. E estes são os filhos de Zibeão: Aiá e Aná; este é o Aná que achou as caldas no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu pai.

25. E estes são os filhos de Aná: Disom e Oolibama, a filha de Aná.

26. E estes são os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.

27. Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.

28. Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã.

29. Estes são os príncipes dos horeus: o príncipe Lotã, o príncipe Sobal, o príncipe Zibeão, o príncipe Aná,

30. o príncipe Disom, o príncipe Eser, o príncipe Disã; estes são os príncipes dos horeus, segundo seus príncipes, na terra de Seir.

31. E estes são os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei algum sobre os filhos de Israel.

32. Reinou, pois, em Edom Belá, filho de Beor, e o nome da sua cidade foi Dinabá.

33. E morreu Belá; e Jobabe, filho de Zerá, de Bozra, reinou em seu lugar.

34. E morreu Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em seu lugar.

35. E morreu Husão, e em seu lugar reinou Hadade, filho de Bedade, o que feriu a Midiã no campo de Moabe; e o nome da sua cidade foi Avite.

36. E morreu Hadade; e Samlá, de Masreca, reinou em seu lugar.

37. E morreu Samlá; e Saul, de Reobote do rio, reinou em seu lugar.

38. E morreu Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu lugar.

39. E morreu Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu lugar; o nome da sua cidade foi Paú; e o nome de sua mulher foi Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.

40. E estes são os nomes dos príncipes de Esaú, segundo as suas gerações, segundo os seus lugares, pelos seus nomes: o príncipe Timna, o príncipe Alva, o príncipe Jetete,

41. o príncipe Oolibama, o príncipe Elá, o príncipe Pinom,

42. o príncipe Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar,

43. o príncipe Magdiel, o príncipe Irã; estes são os príncipes de Edom, segundo as suas habitações, na terra da sua possessão; este é Esaú, pai de Edom.

1. E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.

2. Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.

3. E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.

4. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.

5. Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais.

6. E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:

7. Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho.

8. Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras.

9. E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.

10. E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra?

11. Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.

12. E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai, junto de Siquém.

13. Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele lhe disse: Eis-me aqui.

14. E ele lhe disse: Ora, vai, e vê como estão teus irmãos e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim, o enviou do vale de Hebrom, e José veio a Siquém.

15. E achou-o um varão, porque ele andava errado pelo campo, e perguntou-lhe o varão, dizendo: Que procuras?

16. E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam.

17. E disse aquele varão: Foram-se daqui, porque ouvi-lhes dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos e achou-os em Dotã.

18. E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele, para o matarem.

19. E disseram uns aos outros: Eis lá vem o sonhador-mor!

20. Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.

21. E, ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos e disse: Não lhe tiremos a vida.

22. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova que está no deserto e não lanceis mãos nele; para livrá-lo das suas mãos e para torná-lo a seu pai.

23. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram a José a sua túnica, a túnica de várias cores que trazia.

24. E tomaram-no e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.

25. Depois, assentaram-se a comer pão, e levantaram os olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias, e bálsamo, e mirra; e iam levar isso ao Egito.

26. Então, Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá em que matemos a nosso irmão e escondamos a sua morte?

27. Vinde, e vendamo-lo a estes ismaelitas; e não seja nossa mão sobre ele, porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram.

28. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram, e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.

29. Tornando, pois, Rúben à cova, eis que José não estava na cova; então, rasgou as suas vestes,

30. e tornou a seus irmãos, e disse: O moço não aparece; e, eu, aonde irei?

31. Então, tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.

32. E enviaram a túnica de várias cores, e fizeram levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho.

33. E conheceu-a e disse: É a túnica de meu filho; uma besta-fera o comeu, certamente foi despedaçado José.

34. Então, Jacó rasgou as suas vestes, e pôs pano de saco sobre os seus lombos, e lamentou a seu filho muitos dias.

35. E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou, porém, ser consolado e disse: Na verdade, com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim, o chorou seu pai.

36. E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda.

1. E aconteceu, no mesmo tempo, que Judá desceu de entre seus irmãos e entrou na casa de um varão de Adulão, cujo nome era Hira.

2. E viu Judá ali a filha de um varão cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a e entrou a ela.

3. E ela concebeu e teve um filho; e chamou o seu nome Er.

4. E tornou a conceber, e teve um filho, e chamou o seu nome Onã.

5. E continuou ainda, e teve um filho, e chamou o seu nome Selá; e ele estava em Quezibe quando ela o teve.

6. Judá, pois, tomou uma mulher para Er, o seu primogênito; e o seu nome era Tamar.

7. Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, pelo que o SENHOR o matou.

8. Então, disse Judá a Onã: Entra à mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita semente a teu irmão.

9. Onã, porém, soube que essa semente não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando entrava à mulher de seu irmão, derramava-a na terra, para não dar semente a seu irmão.

10. E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o matou.

11. Então, disse Judá a Tamar, sua nora: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que, porventura, não morra também este, como seus irmãos. Assim, foi-se Tamar e ficou-se na casa de seu pai.

12. Passando-se, pois, muitos dias, morreu a filha de Sua, mulher de Judá; e, depois, se consolou Judá e subiu aos tosquiadores das suas ovelhas, em Timna, ele e Hira, seu amigo, o adulamita.

13. E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que teu sogro sobe a Timna, a tosquiar as suas ovelhas.

14. Então, ela tirou de sobre si as vestes da sua viuvez, e cobriu-se com o véu, e disfarçou-se, e assentou-se à entrada das duas fontes que estão no caminho de Timna; porque via que Selá já era grande, e ela lhe não fora dada por mulher.

15. E, vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta; porque ela havia coberto o seu rosto.

16. E dirigiu-se para ela no caminho e disse: Vem, peço-te, deixa-me entrar a ti. Porquanto não sabia que era sua nora; e ela disse: Que darás, para que entres a mim?

17. E ele disse: Eu te enviarei um cabrito do rebanho. E ela disse: Dás-me penhor até que o envies?

18. Então, ele disse: Que penhor é que te darei? E ela disse: O teu selo, e o teu lenço, e o cajado que está em tua mão. O que ele lhe deu, e entrou a ela; e ela concebeu dele.

19. E ela levantou-se, e foi-se, e tirou de sobre si o seu véu, e vestiu as vestes da sua viuvez.

20. E Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para tomar o penhor da mão da mulher; porém não a achou.

21. E perguntou aos homens daquele lugar, dizendo: Onde está a prostituta que estava no caminho junto às duas fontes? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.

22. E voltou a Judá e disse: Não a achei; e também disseram os homens daquele lugar: Aqui não esteve prostituta.

23. Então, disse Judá: Tome-o ela, para que porventura não venhamos a cair em desprezo; eis que tenho enviado este cabrito, mas tu não a achaste.

24. E aconteceu que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo: Tamar, tua nora, adulterou e eis que está pejada do adultério. Então, disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada.

25. E, tirando-a fora, ela mandou dizer a seu sogro: Do varão de quem são estas coisas eu concebi. E ela disse mais: Conhece, peço-te, de quem é este selo, e estes lenços, e este cajado.

26. E conheceu-os Judá e disse: Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá, meu filho. E nunca mais a conheceu.

27. E aconteceu, ao tempo de dar à luz, que havia gêmeos em seu ventre.

28. E aconteceu, dando à luz, que um pôs fora a mão, e a parteira tomou-a e atou em sua mão um fio roxo, dizendo: Este saiu primeiro.

29. Mas aconteceu que, tornando ele a recolher a sua mão, eis que saiu o seu irmão; e ela disse: Como tens tu rompido? Sobre ti é a rotura. E chamaram o seu nome Perez.

30. E depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio roxo; e chamaram o seu nome Zerá.

1. E José foi levado ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.

2. E o SENHOR estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.

3. Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão,

4. José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha.

5. E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do SENHOR foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo.

6. E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de aparência e formoso à vista.

7. E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo.

8. Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem.

9. Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?

10. E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos para deitar-se com ela e estar com ela,

11. sucedeu, num certo dia, que veio à casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali.

12. E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.

13. E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua veste em sua mão e fugira para fora,

14. chamou os homens de sua casa e falou-lhes, dizendo: Vede, trouxe-nos o varão hebreu para escarnecer de nós; entrou até mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz.

15. E aconteceu que, ouvindo ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua veste comigo, e fugiu, e saiu para fora.

16. E ela pôs a sua veste perto de si, até que o seu senhor veio à sua casa.

17. Então, falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: Veio a mim o servo hebreu, que nos trouxeste para escarnecer de mim.

18. E aconteceu que, levantando eu a minha voz e gritando, ele deixou a sua veste comigo e fugiu para fora.

19. E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu.

20. E o senhor de José o tomou e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim, esteve ali na casa do cárcere.

21. O SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor.

22. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere; e ele fazia tudo o que se fazia ali.

23. E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o SENHOR estava com ele; e tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava.

1. E aconteceu, depois destas coisas, que pecaram o copeiro do rei do Egito e o padeiro contra o seu senhor, o rei do Egito.

2. E indignou-se Faraó muito contra os seus dois eunucos, contra o copeiro-mor e contra o padeiro-mor.

3. E entregou-os à prisão, na casa do capitão da guarda, na casa do cárcere, no lugar onde José estava preso.

4. E o capitão da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e estiveram muitos dias na prisão.

5. E ambos sonharam um sonho, cada um seu sonho na mesma noite; cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam presos na casa do cárcere.

6. E veio José a eles pela manhã e olhou para eles, e eis que estavam turbados.

7. Então, perguntou aos eunucos de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão, hoje, tristes os vossos semblantes?

8. E eles lhe disseram: Temos sonhado um sonho, e ninguém há que o interprete. E José disse-lhes: Não são de Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos.

9. Então, contou o copeiro-mor o seu sonho a José e disse-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante da minha face.

10. E, na vide, três sarmentos, e ela estava como que brotando; a sua flor saía, e os seus cachos amadureciam em uvas.

11. E o copo de Faraó estava na minha mão; e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó.

12. Então, disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: os três sarmentos são três dias;

13. dentro ainda de três dias, Faraó levantará a tua cabeça e te restaurará ao teu estado, e darás o copo de Faraó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro.

14. Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa;

15. porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito, para que me pusessem nesta cova.

16. Vendo, então, o padeiro-mor que tinha interpretado bem, disse a José: Eu também sonhava, e eis que três cestos brancos estavam sobre a minha cabeça;

17. e, no cesto mais alto, havia de todos os manjares de Faraó, obra de padeiro; e as aves os comiam do cesto de sobre a minha cabeça.

18. Então, respondeu José e disse: Esta é a sua interpretação: os três cestos são três dias;

19. dentro ainda de três dias, Faraó levantará a tua cabeça sobre ti e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre ti.

20. E aconteceu, ao terceiro dia, o dia do nascimento de Faraó, que fez um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor e a cabeça do padeiro-mor, no meio dos seus servos.

21. E fez tornar o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó.

22. Mas ao padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado.

23. O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José; antes, se esqueceu dele.

1. E aconteceu que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou e eis que estava em pé junto ao rio.

2. E eis que subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no prado.

3. E eis que subiam do rio após elas outras sete vacas, feias à vista e magras de carne, e paravam junto às outras vacas na praia do rio.

4. E as vacas feias à vista e magras de carne comiam as sete vacas formosas à vista e gordas. Então, acordou Faraó.

5. Depois, dormiu e sonhou outra vez, e eis que brotavam de um mesmo pé sete espigas cheias e boas.

6. E eis que sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas.

7. E as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então, acordou Faraó, e eis que era um sonho.

8. E aconteceu que, pela manhã, o seu espírito perturbou-se, e enviou e chamou todos os adivinhadores do Egito e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que os interpretasse a Faraó.

9. Então, falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje.

10. Estando Faraó mui indignado contra os seus servos e pondo-me sob prisão na casa da guarda, a mim e ao padeiro-mor,

11. então, sonhamos um sonho na mesma noite, eu e ele, cada um conforme a interpretação do seu sonho sonhamos.

12. E estava ali conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhos, e interpretou-nos os nossos sonhos, a cada um interpretou conforme o seu sonho.

13. E como ele nos interpretou, assim mesmo foi feito: a mim me fez tornar ao meu estado, e a ele fez enforcar.

14. Então, enviou Faraó e chamou a José, e o fizeram sair logo da cova; e barbeou-se, e mudou as suas vestes, e veio a Faraó.

15. E Faraó disse a José: Eu sonhei um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que, quando ouves um sonho, o interpretas.

16. E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó.

17. Então, disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava eu em pé na praia do rio.

18. E eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista e pastavam no prado.

19. E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista e magras de carne; não tenho visto outras tais, quanto à fealdade, em toda a terra do Egito.

20. E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas;

21. e entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas entranhas, porque o seu aspecto era feio como no princípio. Então, acordei.

22. Depois, vi em meu sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas.

23. E eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas.

24. E as sete espigas miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse.

25. Então, disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó.

26. As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas formosas também são sete anos; o sonho é um só.

27. E as sete vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental; serão sete anos de fome.

28. Esta é a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó.

29. E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito.

30. E, depois deles, levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra;

31. e não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela fome que haverá depois, porquanto será gravíssima.

32. E o sonho foi duplicado duas vezes a Faraó é porque esta coisa é determinada de Deus, e Deus se apressa a fazê-la.

33. Portanto, Faraó se proveja agora de um varão inteligente e sábio e o ponha sobre a terra do Egito.

34. Faça isso Faraó, e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fartura.

35. E ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem.

36. Assim, será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome.

37. E esta palavra foi boa aos olhos de Faraó e aos olhos de todos os seus servos.

38. E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?

39. Depois, disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão inteligente e sábio como tu.

40. Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu.

41. Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito.

42. E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço.

43. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim, o pôs sobre toda a terra do Egito.

44. E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito.

45. E chamou Faraó o nome de José Zafenate-Panéia e deu-lhe por mulher a Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a terra do Egito.

46. E José era da idade de trinta anos quando esteve diante da face de Faraó, rei do Egito. E saiu José da face de Faraó e passou por toda a terra do Egito.

47. E a terra produziu nos sete anos de fartura a mãos-cheias.

48. E ajuntou todo o mantimento dos sete anos que houve na terra do Egito; e guardou o mantimento nas cidades, pondo nas cidades o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade.

49. Assim, ajuntou José muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar, porquanto não havia numeração.

50. E nasceram a José dois filhos ( antes que viesse o ano de fome ), que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.

51. E chamou José o nome do primogênito Manassés, porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho e de toda a casa de meu pai.

52. E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição.

53. Então, acabaram-se os sete anos de fartura que havia na terra do Egito,

54. e começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão.

55. E, tendo toda a terra do Egito fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser fazei.

56. Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia mantimento e vendeu aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito.

57. E todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José, porquanto a fome prevaleceu em todas as terras.

1. Vendo, então, Jacó que havia mantimento no Egito, disse Jacó a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros?

2. Disse mais: Eis que tenho ouvido que há mantimento no Egito; descei até lá e comprai-nos trigo, para que vivamos e não morramos.

3. Então, desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito.

4. A Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, porque dizia: Para que lhe não suceda, porventura, algum desastre.

5. Assim, vieram os filhos de Israel para comprar, entre os que vinham lá; porque havia fome na terra de Canaã.

6. José, pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José vieram e inclinaram-se ante ele com a face na terra.

7. E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com eles, e falou com eles asperamente, e disse-lhes: Donde vindes? E eles disseram: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento.

8. José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram.

9. Então, José lembrou-se dos sonhos que havia sonhado deles e disse-lhes: Vós sois espias e viestes para ver a nudez da terra.

10. E eles lhe disseram: Não, senhor meu; mas teus servos vieram a comprar mantimento.

11. Todos nós somos filhos de um varão; somos homens de retidão; os teus servos não são espias.

12. E ele lhes disse: Não; antes, viestes para ver a nudez da terra.

13. E eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um varão da terra de Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai, hoje; mas um já não existe.

14. Então, lhes disse José: Isso é o que vos tenho dito, dizendo que sois espias.

15. Nisto sereis provados: pela vida de Faraó, não saireis daqui senão quando vosso irmão mais novo vier aqui.

16. Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão; mas vós ficareis presos, e vossas palavras serão provadas, se há verdade convosco; e, se não, pela vida de Faraó, vós sois espias.

17. E pô-los juntos em guarda três dias.

18. E, ao terceiro dia, disse-lhes José: Fazei isso e vivereis, porque eu temo a Deus.

19. Se sois homens de retidão, que fique um de vossos irmãos preso na casa de vossa prisão; e, vós, ide, levai trigo para a fome de vossa casa.

20. E trazei-me o vosso irmão mais novo, e serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim fizeram.

21. Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos; por isso, vem sobre nós esta angústia.

22. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço? Mas não ouvistes; e, vedes aqui, o seu sangue também é requerido.

23. E eles não sabiam que José os entendia, porque havia intérprete entre eles.

24. E retirou-se deles e chorou. Depois, tornou a eles, falou-lhes, tomou a Simeão dentre eles e amarrou-o perante os seus olhos.

25. E ordenou José que enchessem os seus sacos de trigo, e que lhes restituíssem o seu dinheiro, a cada um no seu saco, e lhes dessem comida para o caminho; e fizeram-lhes assim.

26. E carregaram o seu trigo sobre os seus jumentos e partiram dali.

27. E, abrindo um deles o seu saco, para dar pasto ao seu jumento na venda, viu o seu dinheiro; porque eis que estava na boca do seu saco.

28. E disse a seus irmãos: Devolveram o meu dinheiro, e ei-lo mesmo aqui no meu saco. Então, lhes desfaleceu o coração, e pasmavam, dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito?

29. E vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã; e contaram-lhe tudo o que lhes aconteceu, dizendo:

30. O varão, o senhor da terra, falou conosco asperamente e tratou-nos como espias da terra.

31. Mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos espias;

32. somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um não é mais, e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã.

33. E aquele varão, o senhor da terra, nos disse: Nisto conhecerei que vós sois homens de retidão: deixai comigo um de vossos irmãos, e tomai para a fome de vossas casas, e parti;

34. e trazei-me vosso irmão mais novo; assim, saberei que não sois espias, mas homens de retidão; então, vos darei o vosso irmão, e negociareis na terra.

35. E aconteceu que, despejando eles os seus sacos, eis que cada um tinha a trouxinha com seu dinheiro no seu saco; e viram as trouxinhas com seu dinheiro, eles e seu pai, e temeram.

36. Então, Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim.

37. Mas Rúben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se to não tornar a trazer; dá-mo em minha mão, e to tornarei a trazer.

38. Ele, porém, disse: Não descerá meu filho convosco, porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe sucede algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura.

1. E a fome era gravíssima na terra.

2. E aconteceu que, como acabaram de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Tornai, comprai-nos um pouco de alimento.

3. Mas Judá respondeu-lhe, dizendo: Fortemente nos protestou aquele varão, dizendo: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco.

4. Se enviares conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento;

5. mas, se não o enviares, não desceremos, porquanto aquele varão nos disse: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco.

6. E disse Israel: Por que me fizestes tal mal, fazendo saber àquele varão que tínheis ainda outro irmão?

7. E eles disseram: Aquele varão particularmente nos perguntou por nós e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmão? E respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podíamos nós saber que diria: Trazei vosso irmão?

8. Então, disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e levantar-nos-emos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhos.

9. Eu serei fiador por ele, da minha mão o requererás; se eu não to trouxer e não o puser perante a tua face, serei réu de crime para contigo para sempre.

10. E, se nós não nos tivéssemos detido, certamente já estaríamos segunda vez de volta.

11. Então, disse-lhes Israel, seu pai: Pois que assim é, fazei isso; tomai do mais precioso desta terra em vossos sacos e levai ao varão um presente: um pouco de bálsamo, um pouco de mel, especiarias, mirra, terebinto e amêndoas.

12. E tomai em vossas mãos dinheiro dobrado; e o dinheiro que tornou na boca dos vossos sacos tornai a levar em vossas mãos; bem pode ser que fosse erro.

13. Tomai também a vosso irmão, e levantai-vos, e voltai àquele varão.

14. E Deus Todo-poderoso vos dê misericórdia diante do varão, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.

15. E os varões tomaram aquele presente e tomaram dinheiro dobrado em suas mãos e a Benjamim; e levantaram-se, e desceram ao Egito, e apresentaram-se diante da face de José.

16. Vendo, pois, José a Benjamim com eles, disse ao que estava sobre a sua casa: Leva estes varões à casa, e mata reses, e prepara tudo; porque estes varões comerão comigo ao meio-dia.

17. E o varão fez como José dissera e o varão levou aqueles varões à casa de José.

18. Então, temeram aqueles varões, porquanto foram levados à casa de José e diziam: Por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos nossos sacos, fomos trazidos aqui, para nos criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos e a nossos jumentos.

19. Por isso, chegaram-se ao varão que estava sobre a casa de José, e falaram com ele à porta da casa.

20. E disseram: Ai! Senhor meu, certamente descemos, dantes, a comprar mantimento;

21. e aconteceu que, chegando nós à venda e abrindo os nossos sacos, eis que o dinheiro de cada varão estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mãos.

22. Também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos nossos sacos.

23. E ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos tem dado um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro me chegou a mim. E trouxe-lhes fora a Simeão.

24. Depois, levou o varão aqueles varões à casa de José e deu-lhes água, e lavaram os seus pés; também deu pasto aos seus jumentos.

25. E prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia; porque tinham ouvido que ali haviam de comer pão.

26. Vindo, pois, José à casa, trouxeram-lhe ali o presente que estava na sua mão; e inclinaram-se a ele até à terra.

27. E ele lhes perguntou como estavam e disse: Vosso pai, o velho de quem falastes, está bem? Ainda vive?

28. E eles disseram: Bem está o teu servo, nosso pai vive ainda. E abaixaram a cabeça e inclinaram-se.

29. E ele levantou os olhos, e viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: Este é o vosso irmão mais novo, de quem me falastes? Depois, ele disse: Deus te abençoe, meu filho.

30. E José apressou-se, porque o seu íntimo moveu-se para o seu irmão; e procurou onde chorar, e entrou na câmara, e chorou ali.

31. Depois, lavou o rosto e saiu; e conteve-se e disse: Ponde pão.

32. E puseram-lhe a ele à parte, e a eles à parte, e aos egípcios que comiam com ele à parte; porque os egípcios não podem comer pão com os hebreus, porquanto é abominação para os egípcios.

33. E assentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura e o menor segundo a sua menoridade; do que os varões se maravilhavam entre si.

34. E apresentou-lhe as porções que estavam diante dele; porém a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer deles. E eles beberam e se regalaram com ele.

1. E deu ordem ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos destes varões, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada varão na boca do seu saco.

2. E o meu copo, o copo de prata, porás na boca do saco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra de José, que tinha dito.

3. Vinda a luz da manhã, despediram-se estes varões, eles com os seus jumentos.

4. Saindo eles da cidade e não se havendo ainda distanciado, disse José ao que estava sobre a sua casa: Levanta-te e persegue aqueles varões; e, alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem?

5. Não é este o copo por que bebe meu senhor? E em que ele bem adivinha? Fizestes mal no que fizestes.

6. E alcançou-os e falou-lhes as mesmas palavras.

7. E eles disseram-lhe: Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem semelhante coisa.

8. Eis que o dinheiro que temos achado na boca dos nossos sacos te tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?

9. Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor.

10. E ele disse: Ora, seja também assim conforme as vossas palavras; aquele com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis desculpados.

11. E eles apressaram-se, e cada um pôs em terra o seu saco, e cada um abriu o seu saco.

12. E buscou, começando no maior e acabando no mais novo; e achou-se o copo no saco de Benjamim.

13. Então, rasgaram as suas vestes, e carregou cada um o seu jumento, e tornaram à cidade.

14. E veio Judá com os seus irmãos à casa de José, porque ele ainda estava ali; e prostraram-se diante dele em terra.

15. E disse-lhes José: Que é isto que fizestes? Não sabeis vós que tal homem como eu bem adivinha?

16. Então, disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo.

17. Mas ele disse: Longe de mim que eu tal faça; o varão em cuja mão o copo foi achado, aquele será meu servo; porém vós subi em paz para vosso pai.

18. Então, Judá se chegou a ele e disse: Ai! Senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó.

19. Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pai ou irmão?

20. E dissemos a meu senhor: Temos um velho pai e um moço da sua velhice, o mais novo, cujo irmão é morto; e só ele ficou de sua mãe, e seu pai o ama.

21. Então, tu disseste a teus servos: Trazei-mo a mim, e porei os meus olhos sobre ele.

22. E nós dissemos a meu senhor: Aquele moço não poderá deixar a seu pai; se deixar a seu pai, este morrerá.

23. Então, tu disseste a teus servos: Se vosso irmão mais novo não descer convosco, nunca mais vereis a minha face.

24. E aconteceu que, subindo nós a teu servo, meu pai, e contando-lhe as palavras de meu senhor,

25. disse nosso pai: Tornai, comprai-nos um pouco de mantimento.

26. E nós dissemos: Não poderemos descer; mas, se nosso irmão menor for conosco, desceremos; pois não poderemos ver a face do varão, se este nosso irmão menor não estiver conosco.

27. Então, disse-nos teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu dois filhos;

28. um ausentou-se de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e não o tenho visto até agora;

29. se agora também tirardes a este da minha face, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com dor à sepultura.

30. Agora, pois, indo eu a teu servo, meu pai, e o moço não indo conosco, como a sua alma está atada com a alma dele,

31. acontecerá que, vendo ele que o moço ali não está, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai, com tristeza à sepultura.

32. Porque teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo: Se não to tornar, eu serei culpado a meu pai todos os dias.

33. Agora, pois, fique teu servo em lugar deste moço por escravo de meu senhor, e que suba o moço com os seus irmãos.

34. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai.

1. Então, José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo varão; e ninguém ficou com ele quando José se deu a conhecer a seus irmãos.

2. E levantou a sua voz com choro, de maneira que os egípcios o ouviam, e a casa de Faraó o ouviu.

3. E disse José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque estavam pasmados diante da sua face.

4. E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.

5. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face.

6. Porque já houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega.

7. Pelo que Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento.

8. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito.

9. Apressai-vos, e subi a meu pai, e dizei-lhe: Assim tem dito o teu filho José: Deus me tem posto por senhor em toda a terra do Egito; desce a mim e não te demores.

10. E habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, tu e os teus filhos, e os filhos dos teus filhos, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas, e tudo o que tens.

11. E ali te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que não pereças de pobreza, tu, e tua casa, e tudo o que tens.

12. E eis que vossos olhos vêem, e os olhos de meu irmão Benjamim, que é minha boca que vos fala.

13. E fazei saber a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que tendes visto; e apressai-vos a fazer descer meu pai para cá.

14. E lançou-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, e chorou; e Benjamim chorou também ao seu pescoço.

15. E beijou todos os seus irmãos e chorou sobre eles; e, depois, seus irmãos falaram com ele.

16. E a nova ouviu-se na casa de Faraó, dizendo: Os irmãos de José são vindos; e pareceu bem aos olhos de Faraó e aos olhos de seus servos.

17. E disse Faraó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais, e parti, e tornai à terra de Canaã,

18. e tornai a vosso pai e a vossas famílias, e vinde a mim; e eu vos darei o melhor da terra do Egito, e comereis a fartura da terra.

19. A ti, pois, é ordenado; fazei isto: tomai vós da terra do Egito carros para vossos meninos, para vossas mulheres e para vosso pai e vinde.

20. E não vos pese coisa alguma das vossas alfaias; porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso.

21. E os filhos de Israel fizeram assim. E José deu-lhes carros, conforme o mandado de Faraó; também lhes deu comida para o caminho.

22. A todos lhes deu, a cada um, mudas de vestes; mas a Benjamim deu trezentas peças de prata e cinco mudas de vestes.

23. E a seu pai enviou semelhantemente dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentos carregados de trigo, e pão, e comida para seu pai, para o caminho.

24. E despediu os seus irmãos, e partiram; e disse-lhes: Não contendais pelo caminho.

25. E subiram do Egito e vieram à terra de Canaã, a Jacó, seu pai.

26. Então, lhe anunciaram, dizendo: José ainda vive e ele também é regente em toda a terra do Egito. E o seu coração desmaiou, porque não os acreditava.

27. Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras de José que ele lhes falara, e vendo ele os carros que José enviara para levá-lo, reviveu o espírito de Jacó, seu pai.

28. E disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes que eu morra.

1. E partiu Israel com tudo quanto tinha, e veio a Berseba, e ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai.

2. E falou Deus a Israel em visões, de noite, e disse: Jacó! Jacó! E ele disse: Eis-me aqui.

3. E disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação.

4. E descerei contigo ao Egito e certamente te farei tornar a subir; e José porá a sua mão sobre os teus olhos.

5. Então, levantou-se Jacó de Berseba; e os filhos de Israel levaram Jacó, seu pai, e seus meninos, e as suas mulheres, nos carros que Faraó enviara para o levar.

6. E tomaram o seu gado e a sua fazenda que tinham adquirido na terra de Canaã e vieram ao Egito, Jacó e toda a sua semente com ele.

7. Os seus filhos, e os filhos de seus filhos com ele, as suas filhas, e as filhas de seus filhos, e toda a sua semente levou consigo ao Egito.

8. E estes são os nomes dos filhos de Israel, que vieram ao Egito, Jacó e seus filhos: Rúben, o primogênito de Jacó,

9. e os filhos de Rúben: Enoque, e Palu, e Hezrom, e Carmi.

10. E os filhos de Simeão: Jemuel, e Jamim, e Oade, e Jaquim, e Zoar, e Saul, filho de uma mulher cananéia.

11. E os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari.

12. E os filhos de Judá: Er, e Onã, e Selá, e Perez, e Zerá. Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã; e os filhos de Perez foram Esrom e Hamul.

13. E os filhos de Issacar: Tola, e Puva, e Jó, e Sinrom.

14. E os filhos de Zebulom: Serede, e Elom, e Jaleel.

15. Estes são os filhos de Léia, que deu a Jacó em Padã-Arã, com Diná, sua filha; todas as almas de seus filhos e de suas filhas foram trinta e três.

16. E os filhos de Gade: Zifiom, e Hagi, e Suni, e Esbom, e Eri, e Arodi, e Areli.

17. E os filhos de Aser: Imna, e Isvá, e Isvi, e Berias, e Será, a irmã deles; e os filhos de Berias: Héber e Malquiel.

18. Estes são os filhos de Zilpa, a qual Labão deu à sua filha Léia e que deu a Jacó estas dezesseis almas.

19. Os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim.

20. E nasceram a José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.

21. E os filhos de Benjamim: Belá, e Bequer, e Asbel, e Gera, e Naamã, e Eí, e Rôs, e Mupim, e Hupim, e Arde.

22. Estes são os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze almas.

23. E o filho de Dã: Husim.

24. E os filhos de Naftali: Jazeel, e Guni, e Jezer, e Silém.

25. Estes são os filhos de Bila, a qual Labão deu à sua filha Raquel e que deu estes a Jacó; todas as almas foram sete.

26. Todas as almas que vieram com Jacó ao Egito, que descenderam dele, fora as mulheres dos filhos de Jacó, todas foram sessenta e seis almas.

27. E os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó, que vieram ao Egito, foram setenta.

28. E Jacó enviou Judá diante da sua face a José, para o encaminhar a Gósen; e chegaram à terra de Gósen.

29. Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço e chorou sobre o seu pescoço, longo tempo.

30. E Israel disse a José: Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives.

31. Depois, disse José a seus irmãos e à casa de seu pai: Eu subirei, e anunciarei a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram a mim.

32. E os varões são pastores de ovelhas, porque são homens de gado, e trouxeram consigo as suas ovelhas, e as suas vacas, e tudo o que têm.

33. Quando, pois, acontecer que Faraó vos chamar e disser: Qual é o vosso negócio?

34. Então, direis: Teus servos foram homens de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como os nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo o pastor de ovelhas é abominação para os egípcios.

1. Então, veio José, e anunciou a Faraó, e disse: Meu pai, e os meus irmãos, e as suas ovelhas, e as suas vacas, com tudo o que têm, chegaram da terra de Canaã, e eis que estão na terra de Gósen.

2. E tomou uma parte de seus irmãos, a saber, cinco varões, e os pôs diante de Faraó.

3. Então, disse Faraó a seus irmãos: Qual é o vosso negócio? E eles disseram a Faraó: Teus servos são pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais.

4. Disseram mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta terra; porque não há pasto para as ovelhas de teus servos, porquanto a fome é grave na terra de Canaã; agora, pois, rogamos-te que teus servos habitem na terra de Gósen.

5. Então, falou Faraó a José, dizendo: Teu pai e teus irmãos vieram a ti.

6. A terra do Egito está diante da tua face; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen; e, se sabes que entre eles há homens valentes, os porás por maiorais do gado, sobre o que eu tenho.

7. E trouxe José a Jacó, seu pai, e o pôs diante de Faraó; e Jacó abençoou a Faraó.

8. E Faraó disse a Jacó: Quantos são os dias dos anos de tua vida?

9. E Jacó disse a Faraó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações.

10. E Jacó abençoou a Faraó e saiu de diante da face de Faraó.

11. E José fez habitar a seu pai e seus irmãos e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara.

12. E José sustentou de pão a seu pai, e a seus irmãos, e a toda a casa de seu pai, segundo as suas famílias.

13. E não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui grave; de maneira que a terra do Egito e a terra de Canaã desfaleciam por causa da fome.

14. Então, José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egito e na terra de Canaã, pelo trigo que compravam; e José trouxe o dinheiro à casa de Faraó.

15. Acabando-se, pois, o dinheiro na terra do Egito e na terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo: Dá-nos pão; por que morreremos em tua presença? Porquanto o dinheiro nos falta.

16. E José disse: Dai o vosso gado, e eu vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro.

17. Então, trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes pão em troca de cavalos, e das ovelhas, e das vacas, e dos jumentos; e os sustentou de pão aquele ano por todo o seu gado.

18. E, acabado aquele ano, vieram a ele no segundo ano e disseram-lhe: Não ocultaremos ao meu senhor que o dinheiro é acabado, e meu senhor possui os animais; nenhuma outra coisa nos ficou diante da face de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra.

19. Por que morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? Compra-nos a nós e à nossa terra por pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Faraó; dá semente para que vivamos e não morramos, e a terra não se desole.

20. Assim, José comprou toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome era extrema sobre eles; e a terra ficou sendo de Faraó.

21. E, quanto ao povo, fê-lo passar às cidades, desde uma extremidade da terra do Egito até à outra extremidade.

22. Somente a terra dos sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham porção de Faraó e eles comiam a sua porção que Faraó lhes tinha dado; por isso, não venderam a sua terra.

23. Então, disse José ao povo: Eis que hoje vos tenho comprado a vós e a vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós, para que semeeis a terra.

24. Há de ser, porém, que das colheitas dareis o quinto a Faraó, e as quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento, e dos que estão nas vossas casas, e para que comam vossos meninos.

25. E disseram: A vida nos tens dado; achemos graça aos olhos de meu senhor e seremos servos de Faraó.

26. José, pois, pôs isto por estatuto, até ao dia de hoje, sobre a terra do Egito: que Faraó tirasse o quinto; só a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó.

27. Assim, habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen, e nela tomaram possessão, e frutificaram, e multiplicaram-se muito.

28. E Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de sorte que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.

29. Chegando-se, pois, o tempo da morte de Israel, chamou a José, seu filho, e disse-lhe: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa, e usa comigo de beneficência e verdade; rogo-te que me não enterres no Egito,

30. mas que eu jaza com os meus pais; por isso, me levarás do Egito e me sepultarás na sepultura deles. E ele disse: Farei conforme a tua palavra.

31. E disse ele: Jura-me. E ele jurou-lhe; e Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama.

1. E aconteceu, depois destas coisas, que disseram a José: Eis que teu pai está enfermo. Então, tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim.

2. E um deu parte a Jacó e disse: Eis que José, teu filho, vem a ti. E esforçou-se Israel e assentou-se sobre a cama.

3. E Jacó disse a José: O Deus Todo-poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou,

4. e me disse: Eis que te farei frutificar e multiplicar, e te porei por multidão de povos, e darei esta terra à tua semente depois de ti, em possessão perpétua.

5. Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus; Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão.

6. Mas a tua geração, que gerarás depois deles, será tua; segundo o nome de seus irmãos serão chamados na sua herança.

7. Vindo, pois, eu de Padã, me morreu Raquel na terra de Canaã, no caminho, quando ainda ficava um pequeno espaço de terra para vir a Efrata; e eu a sepultei ali, no caminho de Efrata, que é Belém.

8. E Israel viu os filhos de José e disse: Quem são estes?

9. E José disse a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui. E ele disse: Peço-te, traze-mos aqui, para que os abençoe.

10. Os olhos, porém, de Israel eram carregados de velhice, já não podia ver bem; e fê-los chegar a ele, e beijou-os e abraçou-os.

11. E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver a tua semente também.

12. Então, José os tirou de seus joelhos e inclinou-se à terra diante da sua face.

13. E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e a Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele.

14. Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, ainda que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos avisadamente, ainda que Manassés era o primogênito.

15. E abençoou a José e disse: O Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia,

16. o Anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes; e seja chamado neles o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e multipliquem-se, como peixes em multidão, no meio da terra.

17. Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés.

18. E José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça.

19. Mas seu pai o recusou e disse: Eu o sei, filho meu, eu o sei; também ele será um povo e também ele será grande; contudo, o seu irmão menor será maior que ele, e a sua semente será uma multidão de nações.

20. Assim, os abençoou naquele dia, dizendo: Em ti Israel abençoará, dizendo: Deus te ponha como a Efraim e como a Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés.

21. Depois, disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco e vos fará tornar à terra de vossos pais.

22. E eu te tenho dado a ti um pedaço de terra mais que a teus irmãos, o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorreus.

1. Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias;

2. ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel, vosso pai:

3. Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder.

4. Inconstante como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então, o contaminaste; subiste à minha cama.

5. Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência.

6. No seu secreto conselho, não entre minha alma; com a sua congregação, minha glória não se ajunte; porque, no seu furor, mataram varões e, na sua teima, arrebataram bois.

7. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó e os espalharei em Israel.

8. Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de seus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão.

9. Judá é um leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como um leão e como um leão velho; quem o despertará?

10. O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.

11. Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta, à cepa mais excelente; ele lavará a sua veste no vinho e a sua capa, em sangue de uvas.

12. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes, brancos de leite.

13. Zebulom habitará no porto dos mares e será como porto dos navios; e o seu termo será em Sidom.

14. Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos.

15. E viu ele que o descanso era bom e que a terra era deliciosa, e abaixou o seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.

16. Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.

17. Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo e faz cair o seu cavaleiro por detrás.

18. A tua salvação espero, ó SENHOR!

19. Quanto a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim.

20. De Aser, o seu pão será abundante e ele dará delícias reais.

21. Naftali é uma cerva solta; ele dá palavras formosas.

22. José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro.

23. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam, e o aborreceram.

24. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó ( donde é o Pastor e a Pedra de Israel ),

25. pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos céus de cima, com bênçãos do abismo que está debaixo, com bênçãos dos peitos e da madre.

26. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros eternos; elas estarão sobre a cabeça de José e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos.

27. Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã, comerá a presa e, à tarde, repartirá o despojo.

28. Todas estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção.

29. Depois, ordenou-lhes e disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me, com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu,

30. na cova que está no campo de Macpela, que está em frente de Manre, na terra de Canaã, a qual Abraão comprou com aquele campo de Efrom, o heteu, por herança de sepultura.

31. Ali, sepultaram Abraão e Sara, sua mulher; ali, sepultaram Isaque e Rebeca, sua mulher; e, ali, eu sepultei Léia.

32. O campo e a cova que está nele foram comprados aos filhos de Hete.

33. Acabando, pois, Jacó de dar mandamentos a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo.

1. Então, José se lançou sobre o rosto de seu pai, e chorou sobre ele, e o beijou.

2. E José ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem o seu pai; e os médicos embalsamaram Israel.

3. E cumpriram-se-lhe quarenta dias, porque assim se cumprem os dias daqueles que se embalsamam; e os egípcios o choraram setenta dias.

4. Passados os dias de seu choro, falou José à casa de Faraó, dizendo: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:

5. Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, te peço, que eu suba, para que sepulte o meu pai; então, voltarei.

6. E Faraó disse: Sobe e sepulta o teu pai, como ele te fez jurar.

7. E José subiu para sepultar o seu pai; e subiram com ele todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa e todos os anciãos da terra do Egito,

8. como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus meninos, e as suas ovelhas, e as suas vacas.

9. E subiram também com ele tanto carros como gente a cavalo; e o concurso foi grandíssimo.

10. Chegando eles, pois, à eira do espinhal, que está além do Jordão, fizeram um grande e gravíssimo pranto; e fez a seu pai um grande pranto por sete dias.

11. E, vendo os moradores da terra, os cananeus, o luto na eira do espinhal, disseram: É este o pranto grande dos egípcios. Por isso, chamou-se o seu nome Abel-Mizraim, que está além do Jordão.

12. E fizeram-lhe os seus filhos assim como ele lhes ordenara,

13. pois os seus filhos o levaram à terra de Canaã e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, por herança de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre.

14. Depois, tornou José para o Egito, ele, e seus irmãos, e todos os que com ele subiram a sepultar o seu pai, depois de haver sepultado o seu pai.

15. Vendo, então, os irmãos de José que o seu pai já estava morto, disseram: Porventura, nos aborrecerá José e nos pagará certamente todo o mal que lhe fizemos.

16. Portanto, enviaram a José, dizendo: Teu pai mandou, antes da sua morte, dizendo:

17. Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.

18. Depois, vieram também seus irmãos, e prostraram-se diante dele, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos.

19. E José lhes disse: Não temais; porque, porventura, estou eu em lugar de Deus?

20. Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande.

21. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos. Assim, os consolou e falou segundo o coração deles.

22. José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu José cento e dez anos.

23. E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José.

24. E disse José a seus irmãos: Eu morro, mas Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.

25. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.

26. E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.